Os profissionais da saúde que trabalharam no processo de remoção dos pacientes transferidos do Amazonas para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, estão sendo testados para identificação de possível contaminação pela variante do novo coronavírus localizada no estado amazonense.
O mesmo procedimento também é realizado na equipe médica que atende diariamente o grupo formado por 36 homens e mulheres - diagnosticados com Covid-19. O grupo chegou ao Espírito Santo na noite da última quinta-feira (21) e madrugada de sexta-feira (22) após o sistema de saúde amazonense entrar em colapso.
Além da falta de leitos e de oxigênio para atender os amazonenses, cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas. A mutação do vírus é compatível com as amostras coletadas em turistas brasileiros infectados que desembarcaram no Japão no começo do mês.
Em coletiva de imprensa concedida na tarde desta terça-feira (26), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, explicaram que a determinação é testar todas as pessoas envolvidas no atendimento ao grupo vindo de Manaus.
"Já finalizamos praticamente essa testagem com esses trabalhadores e vamos repetir a testagem em 48 e 96 horas após a primeira coleta. Essa medida existe para poder garantir que qualquer caso de pacientes positivos seja devidamente isolado e tenha seus contatos - tanto sociais quanto domiciliares - também rastreados e investigados de maneira oportuna para poder garantir que não exista nenhum tipo de transmissão comunitária com os casos vindos de Amazonas", explicou Nésio.
O secretário detalhou que dos 36 pacientes, 18 estão internados em enfermaria, sendo que oito deles apresentam condições de alta e aguardam apresentação de resultado negativo para confirmar a remoção para o Amazonas.
Já Reblin complementou dizendo que a pandemia segue o curso considerado "normal de uma doença respiratória", que se inicia nos grandes centros e expande para cidades menores do interior do Estado. A expectativa é de que situações semelhantes às registradas no norte do Brasil, como no Amazonas, tenham repercussões nas demais regiões brasileiras.
"Precisamos ficar atentos para uma repercussão do que acontece no norte se instalar aqui, no Estado. Tem expansão de leitos previsto, prevenção da atenção primária. Se, de fato, confirmarmos o aumento de casos, nós temos condição de cuidar das pessoas que adoecerem", afirmou o subsecretário.
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