Consideradas mais transmissíveis e preocupantes do que as variantes do coronavírus já descobertas desde o início da pandemia, a Delta e a Gama são predominantes no Espírito Santo. Isso traz novamente à tona não só a importância de manter o uso de máscaras, mas também a qualidade que elas devem ter para evitar a contaminação pela nova cepa.
De acordo com a Professora Doutora em Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, uma pessoa contaminada pela Delta pode infectar entre cinco e oito pessoas, mesmo que seja em ambientes abertos.
“Essa nova cepa se transmite pelo ar, e por isso é tão preocupante. Neste momento, é fundamental que as pessoas usem máscaras mais filtrantes, que não bloqueiam apenas a saída de gotículas pela pessoa que está utilizando a máscara, mas também impedem que as gotículas que estão no ar sejam aspiradas”, explica. Já a variante Gama tem o poder de evoluir a população jovem não idosa a uma probabilidade maior de internação em leitos de UTI e a óbitos do que as variantes originárias.
O modelo de máscara recomendado, segundo a epidemiologista, é a PFF2 (Peça Facial Filtrante), uma máscara descartável, mas que na pandemia tem sido reutilizada em ambientes não hospitalares. Nos Estados Unidos, as máscaras PFF2 são conhecidas sob o nome de N95. No Brasil, esta sigla não estará na embalagem de uma PFF2, mas elas são equivalentes.
“São máscaras mais filtrantes, e por isso capazes de filtrar gotículas muito pequenas, presentes no ar, contendo o coronavírus”, explica.
A infectologista Rúbia Miossi alerta que apesar de ser mais recomendada para a proteção contra a covid-19 e as novas cepas, é preciso saber usar a máscara PFF2. “Essa máscara alia os fatores filtragem e vedação de forma mais eficiente, mas precisa ser ajustada corretamente no rosto sem deixar folgas pelas quais o vírus pode entrar”, pontua.
Outra orientação sobre a PFF2 é sobre o armazenamento e o rodízio entre estas máscaras a fim de garantir a proteção de quem está utilizando. “Estas máscaras não são descartáveis quando são utilizadas foram de ambientes hospitalares, mas têm uma validade de aproximadamente 15 dias, dependendo do seu uso. É fundamental que a pessoa tenha mais de uma, e, sempre depois de usá-la, pendure-a em um local arejado”, acrescenta Rúbia Miossi.
Caso a máscara PFF2 não seja uma realidade para a pessoa, é recomendado, segundo a infectologista Rúbia Miossi, usar uma máscara com tripla proteção, que são as máscaras cirúrgicas descartáveis.
“Apesar de garantir a mesma proteção que a PFF2, essas máscaras ajudam a bloquear gotas, respingo, sprays ou respingos de partículas grandes, que podem conter germes, de vírus ou bactérias, evitando que chegue a boca e ao nariz do indivíduo", comenta.
As máscaras cirúrgicas de tripla proteção são feitas de três camadas de material não tecido, normalmente plástico. A camada superior colorida do tecido é feita de polipropileno com tecnologia spunbond, que retêm microrganismos e outros elementos até três mícrons (milésima parte de um milímetro).
As máscaras cirúrgicas também têm pequenos fios dobráveis para ajudar a mantê-la no lugar e geralmente são amarradas atrás da cabeça ou presas com presilhas nas orelhas. Elas devem ser trocadas imediatamente, caso estejam sujas ou se a respiração ficar difícil.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns cuidados são necessário na hora de colocar e de tirar a máscara no rosto, e também durante o seu uso.
Versão anterior da reportagem trazia uma imagem de máscara KN95 como recomendação de uso. No entanto, ao contrário da N95 e da PFF2, não é possível assegurar a qualidade de todas as máscaras KN95 à venda no mercado brasileiro. A imagem foi alterada para uma N95 para evitar confusão sobre as nomenclaturas.
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