Abalada com a morte da filha, Josiane Maria Virgulino, mãe de Thamyris Alexandra Virgulino Pascoal, esteve no Serviço Médico Legal (SML) de Colatina na tarde desta sexta-feira (12) para liberar o corpo da jovem. O corpo de Thamyris foi encontrado pela manhã, enterrado em uma área de mata na zona rural de Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo. Ela estava desaparecida desde a madrugada da última terça (9).
Em entrevista à repórter Carolina Silveira, da TV Gazeta, a mãe de Thamyris disse que espera entender os motivos que a filha foi morta.
Thamyris era filha única e foi criada pela mãe e com a tia, Regiane Maria, que também reside em Marilândia. Segundo a familiar, a sobrinha era muito querida por parentes e amigos.
"Era a menina mais amorosa, não tinha um aniversário meu que ela não me dava presente [...] Era uma menina que não tinha malícia com nada. Para ela, todo mundo era amigo", contou Regiane em entrevista exibida no Gazeta Meio Dia desta sexta-feira (12).
Enquanto a reportagem da TV Gazeta gravava com a mãe de Thamyris no SML de Colatina, Ivanildo Pereira da Silva, que confessou em depoimento que enterrou o corpo da jovem, saiu algemado do local e foi colocado em um camburão da Polícia Civil.
De acordo com apurações da repórter Carolina Silveira com a corporação, Ivanildo poderá responder por feminicídio e ocultação de cadáver. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Colatina e aguarda audiência de custódia.
A reportagem tenta localizar a defesa de Ivanildo. O espaço segue aberto para manifestações.
Ivanildo Pereira da Silva, de 35 anos, foi preso tentando fugir em Ecoporanga e confessou em depoimento na Delegacia Regional de Barra de São Francisco que enterrou o corpo da jovem.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ávila, após as primeiras investigações, com relatos de testemunhas, imagens de videomonitoramento e outras provas, o homem foi até a Delegacia de Marilândia, onde foi ouvido.
Como não estava em estado de flagrante, ele foi liberado. No depoimento, o suspeito disse que teria ido até o Centro de Marilândia buscar a jovem e que ela teria passado mal e tido uma morte súbita.
“O suspeito alega que ela teria sido convidada por ele para um passeio. Disse que ele teria buscado essa menina durante a madrugada no centro de Marilândia. E a partir daí, ela teria feito uso de drogas em excesso. Ao chegar na casa dele, ela teria tido uma overdose, passado mal e teria tido uma morte súbita. Ele relata que teria tentado reanimar essa moça, mas não foi possível, então ele tomou a decisão de se livrar do corpo e ocultar o cadáver”, disse o delegado em coletiva de imprensa no final da manhã desta sexta-feira (12).
Porém, Ávila diz que a versão está sendo confrontada com outras provas obtidas e o exame toxicológico, já que um vídeo mostra a jovem momentos antes. “É uma versão que não se coaduna com os demais elementos que a gente tem em relação a esse crime, porque nós temos uma imagem da moça momentos antes, ela estava andando, ela não estava com atitude compatível de quem teria uma overdose logo em seguida", explicou o delegado.
Segundo o capitão Gabrini, da PM, o suspeito tem histórico vasto de passagens pela polícia e pelo sistema prisional. “Ele já tem diversas passagens, tanto em termos de ocorrências, como prisão, como cumprimento de pena, Ele já tem passagens por porte de ilegal de arma de fogo, ameaça, Lei Maria da Penha, tráfico de drogas. Ele já cumpriu pena em 2017, 2018, 2022, e, na última vez, saiu com alvará de soltura em 29 de novembro de 2022”, confirmou o policial.
Thamyris era moradora do bairro Santa Cecília, em Marilândia, e estava desaparecida desde terça-feira (9), quando respondeu mensagens pela última vez. Na segunda-feira (8), ela disse à família que iria dormir na casa de uma amiga.
esde então foram realizadas buscas com atuação de equipes da PM e da Polícia Civil. Fotos da jovem também foram compartilhadas pelas redes sociais no pedido de ajuda, caso alguém tivesse a visto.
A amiga disse para os parentes da jovem que ela tinha ido para a casa de Ivanildo. A polícia analisou o celular da amiga e encontrou o de Thamyris, possibilitando localizar o suspeito.
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