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'Não é preciso pânico, mas chuva lembra a de 2013', afirmam Bombeiros no ES

'Não é preciso pânico, mas chuva lembra a de 2013', afirmam Bombeiros no ES

Características do atual ciclo de chuvas, mais espaçados e persistentes, são semelhantes as de 9 anos atrás. Mas coronel Alexandre Cerqueira, comandante do Corpo de Bombeiros, diz que não é possível saber se situação chegará naquele estágio

Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 13:37

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Comandante-geral dos Bombeiros aponta para mapa de previsão de chuvas para o Estado
Comandante-geral dos Bombeiros aponta para mapa de previsão de chuvas para o Estado. (Divulgação/SESP)

As características das chuvas que atingem o Espírito Santo nos últimos dias são similares àquelas que caíram no Estado em 2013, de acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Cerqueira. Ele ressalva não haver nenhum motivo para se criar um alarde exacerbado, mas, tecnicamente, a chuva tem caído de maneira espalhada e com maior persistência, como foi há 9 anos.

Em 2013, foram mais de 60 mil desabrigados e desalojados em todo o Estado, com 23 mortes. Cerqueira lembra que o prognóstico dos institutos de meteorologia para os próximos três meses é que chova acima da média histórica no território capixaba. Até a manhã desta quinta-feira (1°), o número de pessoas fora de casa era de 735 em todo o Estado, podendo chegar a 2 mil somente em Viana – no último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual na tarde desta sexta, o município contabilizava 1.031 moradores entre desalojados e desabrigados.

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Não é preciso inflacionar nem criar uma situação de pânico nas pessoas. Estamos no ciclo de chuvas mais intensas que se assemelha com as chuvas de 2013. É difícil dizer se vai chegar naquele mesmo estágio do que foi no passado, mas as características são as mesmas. Há um risco e precisamos mudar a chave, ficarmos alertas. Se continuar a chover nessa mesma intensidade nos próximos dias, poderemos chegar a um cenário como aquele

Coronel Alexandre Cerqueira
Comandante-geral do Corpo de Bombeiros
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As Regiões Norte e Nordeste do Estado são as que mais têm probabilidade de chuvas mais intensas para esta quinta e sexta-feira (2). A boa notícia é que o risco hidrológico, de inundações e alagamentos dos rios, é menor, já que as regiões de cabeceiras dos afluentes, em Minas Gerais, não tiveram a mesma intensidade de chuva do que o Norte do Espírito Santo. Assim, a situação do nível do Rio Doce é de alerta, mas em uma situação ainda controlável. Outro risco iminente – e mais difícil de monitorar – é o de deslizamentos.

Por outro lado, a região que costuma sofrer com maior risco de inundações, o Centro Sul tem previsão menor de chuvas. É isso que, segundo Cerqueira, difere das chuvas de 2020, que atingiram as cidades de Iconha e Afonso Cláudio com maior gravidade, por exemplo.

"A topografia do Sul é de um relevo mais acidentado, que por conta disso, a água desce de forma muito rápida, surpreendendo as pessoas que moram próximas aos rios, que nem sempre conseguem ir para locais seguros. A previsão é que essas cidades da região e as cidades das cabeceiras não recebam um volume tão grande de chuva como o Centro-Norte do Estado", explica Cerqueira.

“Muitas Defesas Civis municipais não se preparam”, diz subcomandante

Coronel André Có, subcomandante do Corpo de Bombeiros
Coronel André Có, subcomandante do Corpo de Bombeiros. (Divulgação/Sesp)

O subcomandante do Corpo de Bombeiros e ex-coordenador estadual da Defesa Civil, coronel André Có, criticou a forma como os municípios, com algumas exceções, têm gerido as defesas civis municipais. Para ele, faltam ações de preparação e prevenção de situações de risco em épocas de estiagem, quando o risco de desastres é menor.

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Por lei, a Defesa Civil estadual deveria atuar quando esgotam as possibilidades do município. Infelizmente, não é isso que acontece sempre. Precisamos ir à campo, para que as pessoas não se prejudique mais. Muitas vezes, elas aparecem nas situações de risco, com atuação efetiva, mas a prevenção que é a mais importante nem sempre é feita

Coronel André Có
Subcomandante do Corpo de Bombeiros
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Ainda assim, Có afirma que essa insuficiência tem diminuído nos últimos anos. Ele destaca as defesas civis de Cariacica, Viana, Vila Velha, Serra, Santa Leopoldina e Cachoeiro de Itapemirim como as que mais melhoraram seu modelo de atuação.

"É necessário fazer essa cobrança. O município é o ente que está mais perto, que pode agir de maneira mais rápida e que deve acompanhar mais de perto, em época de chuva ou não. Precisamos avançar com as estratégias de prevenção", destaca.

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