Em visita ao Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, na manhã desta segunda-feira (7), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, justificou que o corte de verbas das instituições federais ocorreu porque o presidente da república, Jair Bolsonaro, direcionou os recursos para o auxílio emergencial.
“O governo federal não tem condição de criar recurso, ele recolhe recurso de tributo, e todo mundo sabe que parou tudo e os recursos são poucos. Aí o presidente da República tem que escolher as áreas prioritárias, e o que escolheu, e me convenceu disso, foi colocar comida no prato dos brasileiros através do auxílio emergencial”, disse o ministro.
Segundo Ribeiro, os investimentos das instituições de ensino foram adiados, mas não falou quando isso deve acontecer. “Não vamos cortar os recursos, mas vamos adiar uns investimentos que são importantes para a educação. Em todo lugar nós vamos perder, mas, entre uma perda maior que é não ter recurso para comer e adiar um projeto de educação, o senhor presidente resolveu adiar uns projetos de educação”, informou.
Com um corte de R$ 15 milhões em seu orçamento após a aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual), o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) alcançou a marca do menor valor de custeio nos últimos dez anos. O corte nos valores destinados ao gasto foi de 22% em relação a 2020 e de 28% em relação a 2019.
Na prática, corresponde a uma perda de R$ 15 milhões para a manutenção dos campi no Estado. O bloqueio de recursos atinge as chamadas despesas discricionárias, tais como o pagamento de conta de luz, água, telefone, contratos de limpeza, segurança, entre outros. Mas pode ainda ter repercussões na assistência estudantil, como o pagamento de bolsas de estudo e programas de auxílio, além de impactar nos investimentos, como a compra de equipamentos e realização de obras.
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) anuncia que as atividades acadêmicas e administrativas podem sofrer um impacto importante neste ano após um corte de mais de R$ 18 milhões. Se comparado a 2020, as reduções provenientes do Tesouro para custeio, recursos de capital e assistência estudantil chegam a um valor total de R$ 18.498,103.
Além dos cortes, há contingenciamento de mais da metade de todo o orçamento e bloqueio de verbas pelo governo federal. Segundo análise técnica feita pela Administração Central da Ufes, a partir da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021, a soma desses fatores pode ocasionar paralisação ou redução de atividades e serviços essenciais ao funcionamento pleno da instituição.
Em Cachoeiro, o ministro, acompanhado de deputados federais, do governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), e do prefeito do município, Victor Coelho (PSB), participou da inauguração de uma obra dentro do Ifes. Grande parte dos recursos utilizados na obra veio de emendas parlamentares.
"Foi uma lição que os parlamentares de todos os partidos aqui do Espírito Santo deram para todos nós, que é a união em prol da educação. Grande parte desses recursos veio de bancada e de emenda do deputado Evair de Melo. Da parte do MEC foram, se não me engano, R$ 5,6 milhões, mas, comparativamente, ficou bem aquém daquilo que os parlamentares puderam fazer”, disse o ministro.
No Ifes, foi inaugurado o novo bloco acadêmico, o mosaico representativo do projeto “Valorização das Belezas Naturais e do Arranjo Produtivo Local” e a obra de ampliação da Biblioteca do Campus Cachoeiro.
O novo bloco, chamado "Bloco Zero", possui dois andares, com seis salas para ambiente educacional, resultando em um total de 430m² de área construída, seguindo os padrões dos blocos já existentes. As salas foram entregues com mobiliário para que já possam ser utilizadas, incluindo data show, aparelhos de ar condicionado, computadores, lousa digital e acesso garantido a pessoas com mobilidade reduzida e necessidades especiais.
As obras na biblioteca ampliam o espaço em 277m², ficando assim com 622m², com área 1,8 vez maior que o tamanho original. Haverá uma mudança de posicionamento de diversos espaços já existentes, principalmente a hemeroteca, o laboratório de informática e a sala de processamento técnico.
A intervenção inclui ainda a ampliação do salão principal, do número de cabines de estudo em grupo (de 3 para 6) e do número de cabines de estudo individual (de 4 para 8), assim como a ampliação do espaço do processamento técnico. Também serão criados novos espaços como uma sala de descanso e um banheiro acessível para os usuários.
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