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“Não quero mais ir à escola”, diz agredida por não passar cola em Cachoeiro

“Não quero mais ir à escola”, diz agredida por não passar cola em Cachoeiro

Agressão de estudante de 12 anos na saída da aula na última sexta-feira (19) ganhou repercussão após vídeos mostrando o ocorrido serem divulgados em redes sociais

Publicado em 26 de agosto de 2022 às 13:15

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Menina agredida por alunas de escola tem medo de sofrer novas agressões
Menina agredida por alunas de escola tem medo de sofrer novas agressões . (Luiz Gonçalves )

A estudante de 12 anos agredida por outras alunas no horário de saída de uma escola estadual em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, disse nesta sexta-feira (26) que não deseja voltar a estudar na unidade. O fato ocorreu há uma semana e ganhou repercussão após vídeos da agressão serem divulgados em redes sociais. A Polícia Civil investiga o caso.

A menina foi agredida por diversas estudantes no meio da rua no bairro Coronel Borges com socos, chutes, tapas e puxões de cabelo. Em entrevista à repórter Alice Sousa, da TV Gazeta Sul, a vítima conta que, após o episódio, tem vergonha de sair na rua e retornar para a escola, com medo de ser agredida novamente.

“No dia, uma delas disse que eu debochei por tirarem notas mais baixas que eu e disseram que me pegariam na saída. Havia várias pessoas em volta (no momento da agressão) e ninguém fez nada. Saí de lá e fui para o trabalho da minha mãe. Cheguei chorando e tremendo, nunca imaginei que passaria por isso. Não quero mais ir para a escola, tenho medo de me baterem de novo, estão me ameaçando”, afirma a adolescente.

Menina é agredida por não passar cola para outras alunas em escola de Cachoeiro
A briga foi registrada após as aulas saírem da escola na última sexta-feira (19), na rua do bairro Coronel Borges, em Cachoeiro de Itapemirim. (Redes sociais)

A mãe da estudante conta que a filha nunca recebeu advertências por mau comportamento da direção da escola e quer que o caso seja investigado. “É desesperador. Não sei como explicar. Quero justiça, pois pode acontecer a outras meninas também. Então, é preciso prevenir. Espero justiça, policiamento naquela escola para não haver algo pior. E, se uma aluna vai armada? A situação é grave”, alerta a mãe da aluna.

O QUE DIZ A SEDU

Questionada sobre as medidas adotadas após o caso, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), por meio da Superintendência Regional de Cachoeiro esclareceu que, apesar de o fato ter ocorrido fora do ambiente escolar, a direção da unidade de ensino, onde as alunas estudam, agiu de imediato e todas as medidas cabíveis foram adotadas.

“As famílias das alunas foram ouvidas e, a pedido, as estudantes agressoras foram transferidas para outras unidades. A mãe da aluna agredida está recebendo todo o atendimento da escola, onde permanecerá matriculada. A Superintendência segue acompanhando o caso junto ao Conselho Tutelar”, disse em nota a Sedu.

O Conselho Tutelar do município informou que está acompanhando o caso e orientando os pais da vítima. 

AGRESSÕES NA ESCOLA

Segundo a Sedu, neste ano foram registrados pela Patrulha Escolar 88 casos de agressão em escolas estaduais envolvendo alunos. A Secretaria da Educação ressalta que em casos de ocorrência de agressão, a orientação às equipes gestores é para que cumpra o Regimento Comum das Escolas, que prevê acionar a família dos envolvidos e a Patrulha Escolar e, sendo o caso, conduzir os envolvidos às autoridades policiais.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL

A mãe da aluna agredida procurou a delegacia para denunciar o caso. Sobre o caso, a Polícia Civil afirmou que as diligências e as investigações seguem em andamento da Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Cachoeiro de Itapemirim.

Após o término de todas as diligências, o procedimento será encaminhado para o Ministério Público do Espírito Santo. A corporação explicou ainda que será representado pela internação das menores agressoras, que o MPES e Judiciário irão analisar. A Polícia Civil disse que tem até 30 dias para concluir o inquérito, podendo ser prorrogado por mais 30.

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