> >
Não vão faltar leitos para pacientes com Covid-19 no ES, garante governo

Não vão faltar leitos para pacientes com Covid-19 no ES, garante governo

A chegada de pacientes de Manaus, no Amazonas, no Espírito Santo provocou questionamentos sobre a possibilidade de faltar leitos para capixabas

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 19:42- Atualizado há 4 anos

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, recebe trinta e seis pacientes com Covid-19 vindos de Manaus
Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, recebe trinta e seis pacientes com Covid-19 vindos de Manaus. (Fernando Madeira)

Para 36 pacientes de Covid-19 que lutavam pela vida em meio ao colapso da rede hospitalar em Manaus, capital de Amazonas, o Espírito Santo é um estado abençoado não somente no nome. É que aqui eles encontraram a possibilidade de receber atendimento hospitalar desde que chegaram ao Estado

O grupo chegou em dois vôos da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi levado para o Hospital Jayme  Santos Neves , na Serra, onde ocuparam 29 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) sete de enfermaria. A transferência foi necessária devido à falta de oxigênio no Norte do País, onde pacientes estavam morrendo por asfixia

Enquanto os pacientes amazonenses agradecem pelo tratamento, muitos capixabas foram para as redes sociais questionar se esses leitos não farão falta para pacientes aqui do Espírito Santo. 

A resposta é do próprio secretário  estadual de Saúde, que garante que essa possibilidade é remota. "Temos hoje livres no Espírito Santo 150 leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19. 20% dessa oferta está sendo garantida nesse gesto de solidariedade. Temos condições plenas de atender qualquer paciente em solo capixaba. Esse gesto de solidariedade não compromete a garantia do acesso, no Espírito Santo, aos pacientes atingidos pela pandemia”, disse Nésio, em um vídeo enviado à imprensa.

Aspas de citação

Esse gesto de solidariedade não compromete a garantia do acesso, no Espírito Santo, aos pacientes atingidos pela pandemia

Nésio Fernandes
Secretário Estadual de Saúde do Espírito Santo
Aspas de citação

OCUPAÇÃO ATUAL

Apesar do temor de alguns capixabas, os números relativos às Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e às enfermarias mostram que a quantidade de internados – mesmo após a chegada dos pacientes de Manaus (AM) – se manteve no mesmo patamar que vinha sendo observado desde o início de janeiro.

De acordo com os dados do Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), 530 UTIs estão ocupadas nesta sexta-feira (22). Apesar de ser a maior quantidade dos últimos dez dias, em outros cinco dias deste mês esse índice já foi superior, como na segunda-feira (11), quando havia 532 internados.

O mesmo acontece com as enfermarias. Conforme a atualização mais recente, 467 leitos estavam ocupados – também o maior nível dos últimos dez dias. Porém, em dias anteriores havia mais pessoas internadas com casos moderados da Covid-19. O nível mais alto de ocupação em janeiro ocorreu no dia 9, com 490 internados.

MAIS LEITOS

Em dezembro, o governo do Espírito Santo anunciou que pretendia ampliar para 900 o número de leitos de UTI para pacientes de Covid-19, na época com 559 leitos de UTI. Nesta sexta-feira (22), o Estado possui 662 leitos disponíveis e uma capacidade total  para chegar à 715, se necessário, tendo taxa de ocupação de 80,06%. 

Na época do anúncio, Nésio Fernandes explicou que as perspectivas eram de ampliar mais leitos na rede própria - com a chegada de 160 respiradores - e contratar na rede privada e filantrópica.

Uma das formas de chegar aos 900 é a suspensão de cirurgias eletivas em hospitais de referência no atendimento a pacientes infectados.  Outra possibilidade do plano de ampliação é a transferência de pacientes desses hospitais de referência, que não portam o coronavírus, para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência e outras unidades filantrópicas.

Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, recebe trinta e seis pacientes com Covid-19 vindos de Manaus
Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, recebe trinta e seis pacientes com Covid-19 vindos de Manaus. (Fernando Madeira)

EMPATIA

Em uma publicação no Twitter, o secretário  Nésio Fernandes  fez um alerta sobre a situação vivida no Amazonas e disse que é preciso combater toda manifestação de preconceito ou estigma. 

"A situação no Amazonas ainda é muito crítica. Não existe 'imunidade de rebanho' pela doença como foi pregado ao longo de 2020. A crise em Manaus é expressão da crise do Brasil. A resposta precisa ser nacional. Devemos combater toda manifestação de "estigma" ou de "preconceito" derivado da pandemia. Com a crise sanitária instalada, não nos resta outra opção a não ser responder rapidamente e garantir o acesso ao direto a saúde", ponderou.

AMAZONAS JÁ TRANSFERIU 179 PACIENTES

Demandado pela reportagem de A Gazeta, o governo do Amazonas informou que, no total, já foram transportados 179 pacientes para 10 estados. São eles: Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande Norte, Goiás, Alagoas, Espírito Santo, Acre, Pará, e Distrito Federal.

A nota diz ainda que eles assinam um termo de consentimento para a transferência e os parentes recebem diariamente notícias quanto ao estado de saúde com boletins médicos.

Chegada dos pacientes de Manaus infectados pela Covid-19 ao ES(Fernando Madeira)

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais