"Não virei jacaré, gente!". Foi com esta frase bem-humorada que a técnica em enfermagem Iolanda Brito celebrou na manhã desta terça-feira (19), no dia seguinte após receber a vacina contra a Covid-19. Trabalhadora do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, ela mostrou-se disposta, feliz e completamente sem dores horas depois da primeira dose do imunizante em solo capixaba.
Na manhã desta terça-feira (19), pouco mais de 12 horas após a agulhada histórica, a profissional da linha de frente fez questão de descrever as sensações sentidas desde que recebeu a Coronavac.
"Não estou sentindo nada e passo muito bem, graças a Deus. Nada de dor, nem febre e dormi bem. Não precisa ter medo, pois ela não dói nada. É igual uma mordidinha de formiga", detalhou a técnica em enfermagem ao descrever os momentos seguintes à vacinação.
A vacina representa para Iolanda uma "virada de chave" no cotidiano do trabalho. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, ela lidou de perto com a morte de pacientes, colegas de trabalho e a luta pela vida.
"É muito corrido, desafiador e triste porque embora vejamos pessoas se recuperando, também vemos muitos morrendo. Esta semana mesmo, presenciamos muitas vidas perdidas desde a madrugada da última segunda. Isso sim, dói", contou.
A autorização para o uso da Coronavac pela Anvisa ocorreu apenas no último domingo (17) e desde então mobilizou-se uma força-tarefa no Espírito Santo e demais estados para agilizar a logística de distribuição das vacinas. A esta altura, Iolanda repousava em casa à espera do turno em um hospital da Serra. Uma ligação inesperada, contudo, foi um indicativo de que algo bom estava por vir.
"Fiquei assustada (risos). No domingo (17), eu estava descansando aqui na sala quando minha gerente me ligou, algo que ela nunca havia feito. Estava me preparando para ir para o turno no (Hospital) Dório Silva à noite quando recebi a ligação. Ela me perguntou se eu tinha alguma comorbidade e respondi que não. Depois ela disse que não era nada muito importante e falou ser algo relacionado ao Coren (Conselho Regional de Enfermagem). Quando cheguei no trabalho na segunda-feira, perto das 9h30, já vieram me avisar que eu seria a primeira pessoa a ser vacinada. Eu fiquei assustada porque ala não me avisou (risos)", bricou a técnica em enfermagem.
Já parcialmente imunizada, visto que ainda receberá a segunda dose, Iolanda agora convive com a "fama" por ser a pessoa selecionada entre todos os profissionais do Espírito Santo da área da saúde para ser a primeira a receber a vacina.
Hoje vou chegar toda importante no trabalho, minhas colegas tão me chamando de famosinha (risos). Recebi muitas mensagens, ligações, todos me parabenizaram por ser a primeira a receber a vacina e que fui merecedora em ser escolhida, já que sou vista como uma pessoa muito dedicada e carinhosa com pacientes", contou a orgulhosa técnica em enfermagem.
Ainda que a vacina represente o início do fim da pandemia, este momento ainda está distante. Por conta disso ela pede que as pessoas sigam usando a máscara, praticando o isolamento social, pois o risco de transmissão e contágio ainda são elevados no Estado.
"Usar máscara ainda é necessário e quem não a usa não ama a própria vida. As pessoas brincam com isso e desrespeitam a gente da linha de frente. Começa assim, depois dá entrada no hospital com uma falta de ar, depois precisa ser entubado e vai para a UTI. É isso todo dia. Depois ficam se perguntando porque não usaram a máscara e por aí vai", finalizou.
Com informações de Danielle Cariello, da TV Gazeta
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