Nesta quinta-feira (26), o julgamento das seis pessoas apontadas como as responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi entra em uma nova fase: as testemunhas de defesa começam a ser ouvidas. Inicialmente, estavam previstos os depoimentos de 19 testemunhas de defesa dos acusados, mas muitas foram dispensadas e esse número será alterado.
Nos quatro primeiros dias do julgamento, 10 testemunhas da acusação foram ouvidas, sendo uma chamada pelo assistente de acusação e 9 pelo Ministério Público do ES. Acompanhe tudo o que está acontecendo no julgamento tempo real.
A previsão inicial do Tribunal de Justiça era de que o julgamento fosse concluído até sexta-feira (27), mas por conta dos atrasos no início do júri, da complexidade do caso e dos longos depoimentos das testemunhas de acusação nos primeiros dias, a análise do caso pode ser concluída somente no domingo (29) ou na segunda-feira (30).
O destino dos réus será decidido por sete jurados, sendo quatro mulheres e três homens. Quem conduz o julgamento é o juiz Marcos Pereira Sanches.
O crime aconteceu em 14 de setembro de 2017, quando a médica encerrava um plantão. Confira abaixo como seria a participação de cada um dos acusados:
O primeiro dia de julgamento durou quase 12 horas e quatro testemunhas de acusação foram ouvidas.
No segundo dia, mais quatro pessoas prestaram depoimento, entre elas a amiga de Milena que presenciou o crime. O quarto depoimento foi de Shintia Gottardi, prima de Milena, testemunha solicitada pelo assistente de acusação.
O terceiro dia do julgamento foi dominado pelo depoimento do delegado Janderson Lube, que presidiu o inquérito que apurou a morte da médica. Ele foi a única testemunha a depor na quinta-feira (25) e detalhou as investigações que levaram aos nomes dos seis réus. Foram 10h40 de depoimento do delegado, o mais longo do julgamento até então.
No quarto dia, o depoimento de Douglas Gottardi — um dos mais esperados — se prolongou até o início da tarde de quinta-feira (26). Ele foi a última testemunha de acusação a depor.
A médica oncologista pediátrica Milena Gottardi foi baleada no estacionamento do Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória, na noite de 14 de setembro de 2017, em uma suposta tentativa de assalto. Milena foi socorrida em estado gravíssimo e, após passar quase um dia internada, teve a morte cerebral confirmada às 16h50 de 15 de setembro.
As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.
Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, Hilário teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.
Os dois primeiros suspeitos foram presos, no dia 16 de setembro de 2017: Dionathas Alves Vieira, que confessou ter atirado contra a médica para receber R$ 2 mil; e Bruno Rodrigues Broeto, acusado de roubar a moto usada no crime. O veículo foi apreendido em um sítio, onde foram queimadas as roupas do executor.
Em 21 de setembro de 2017, o sogro de Milena, Esperidião Carlos Frasson, foi preso, suspeito de ser o mandante do crime. Também foi detido o lavrador Valcir da Silva Dias, suspeito de ser o intermediário. Na mesma data, o ex-marido Hilário Frasson foi preso.
O último a ser detido foi Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, em 25 de setembro de 2017, apontado como intermediário. Ele tinha fugido para o interior de Aimorés, em Minas Gerais.
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