Com a volta às aulas nas escolas das redes de ensino pública e privada no Espírito Santo, o governo do Estado divulgou um novo protocolo que afasta somente o aluno contaminado com Covid-19 e mantém sua turma presencial.
As medidas de enfrentamento e convivência com o vírus estão dispostas na Nota Técnica nº 02/2022, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O documento tem orientações quanto à vacinação, testagem e isolamento de casos suspeitos de coronavírus e gripe.
O Guia de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, destaca surto como situação em que há aumento acima do esperado na ocorrência de casos de evento ou doença em uma área ou entre um grupo específico de pessoas em determinado período.
A orientação é diferente daquilo que foi anunciado em 2020, na Nota Técnica n°82/2020. À época, a Sesa determinava a suspensão das atividades presenciais no ambiente escolar onde o caso confirmado frequentava - sala, laboratório- ou transporte escolar, conforme trecho do documento destacado abaixo.
"Determinar a suspensão das atividades presenciais no ambiente escolar onde o caso confirmado frequenta (sala, laboratório ou outro espaço laboral), bem como o transporte escolar, durante 15 dias. Se não ocorrer novo caso suspeito ou confirmado neste período, as atividades presenciais poderão retornar, a critério da Vigilância em Saúde Municipal, após avaliar o cumprimento dos protocolos de segurança adotados pela Instituição de Ensino e pelo responsável pelo transporte escolar."
Por nota, a Sesa confirmou a alteração na definição de surto nas escolas e que novas regras estão sendo adotadas para monitoramento dos casos. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, falou sobre o assunto durante coletiva de imprensa concedida na última terça-feira (08).
Ele explicou que a nota técnica orienta quais procedimentos os municípios devem adotar quanto a testagem e monitoramento de alunos, professores e trabalhadores das escolas que tenham algum sintoma compatível com a Covid-19.
Ele ressalta que a definição de surto é quando há um número maior de casos, quando vários espaços da mesma instituição têm casos positivos. Ele recomenda que os municípios monitorem e façam testagem nas escolas.
"Se alguém testou positivo, essa pessoa será afastada do seu ambiente, seja aluno ou trabalhador da educação. Seus contatos [na escola] serão testados. Se alguém der positivo, também se afasta. Os contatos familiares também serão monitorados e testados. Ganha outra dimensão de monitoramento e acompanhamento o ambiente escolar", explica.
Especialistas em saúde que trabalham no Espírito Santo avaliam que a determinação da nota técnica está conectada com o atual momento de enfrentamento à pandemia no Estado, que vive um cenário de vacinação diferente do que acontecia em 2020.
O médico infectologista Lauro Ferreira Pinto pontua que a população mais vulnerável está imunizada com três doses de vacina contra a Covid-19. Por isso, avalia que são válidos os esforços adotados para que as unidades escolares não fechem.
"Acho que o prejuízo à educação foi tão intenso que com a população vacinada, especialmente, a mais vulnerável, todo esforço deve ser para não suspender aulas. Concordo [com a nota técnica]. Atraso escolar, não alfabetização, evasão escolar, tudo isto representa um custo alto demais", destaca o médico.
A doutora em Epidemiologia, Ethel Maciel, também concorda com a nota técnica. No entanto, ela aponta a necessidade de testar as crianças e adultos que tiveram contato com a pessoa que teve o diagnóstico positivo no ambiente escolar.
"O teste é importante para avaliar quem deveria estar em isolamento e quem pode permanecer no local. Acho que fechar escola por conta do caso positivo realmente não temos necessidade mais, tendo em vista que os mais vulneráveis estão vacinados. A gente precisa avançar na vacinação das crianças", pontua.
Veja abaixo alguns pontos principais das medidas publicadas pela Sesa na Nota Técnica nº 02/2022, válida para escolas da rede pública e particular do Espírito Santo:
TESTAGEM E ISOLAMENTO DE PESSOAS COM SINTOMAS
AÇÕES EM CASO DE SURTO
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta