O vice-prefeito de Barra de São Francisco e secretário de Saúde do município, Gustavo Lacerda, disse, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, que a cidade decidiu decretar o lockdown para tentar isolar os pacientes que estão contaminados com a nova variante do coronavírus, considerada mais letal e mais contagiosa.
Segundo Lacerda, com a circulação da variante, a doença tem uma velocidade maior de transmissão, além de deixar pacientes jovens em estado grave.
"A percepção é real. Primeiro, o número assustador de pacientes infectados de um dia para o outro. Em uma sexta-feira, nós atendemos 70 pacientes no nosso centro de especialidades. Na segunda (22) passamos a atender 160 pacientes. Um número assustador. Observamos que a doença está muito mais rápida em deixar o paciente clinicamente instável. O paciente já chega no centro de Covid ou no hospital com comprometimento elevado do pulmão. Isso tem nos assustado muito", declarou o vice-prefeito.
O município de Barra de São Francisco decretou um fechamento total das atividades, inclusive as permitidas na quarentena imposta pelo Estado, para conter o avanço da doença. A medida pode ser caracterizada como lockdown.
O Decreto Nº 045-A/2021 declara “Situação de Calamidade e Emergência em Saúde Pública no Município de Barra de São Francisco, em razão da pandemia de Covid-19 e acrescenta medidas qualificadas extraordinárias para seu enfrentamento”. De acordo com o documento, farmácias e supermercados só podem funcionar em sistema de delivery e está proibida a circulação nas ruas entre 20h e 6h.
"Chegamos à conclusão de que existem no mínimo 20 desses pacientes que ainda estão com a doença, ou seja, estão transmitindo ainda. Chegamos a conclusão que o lockdown seria o melhor para esse momento. Precisamos paralisar as atividades para que possamos identificar essas pessoas para que elas fiquem bloqueadas, isoladas", explicou Gustavo Lacerda.
Com Piúma, no Litoral sul do Estado, o município de Barra de São Francisco foi apontado como o com o maior número de casos de contaminados pela variante inglesa do coronavírus. Confira trechos da entrevista do vice-prefeito:
"Fomos pegos de surpresa na segunda-feira com o secretário estadual, Nésio Fernandes, com a notícia de que estava circulando em Barra de São Francisco o vírus com essa variante B 117. Nós procuramos saber e recebemos a notícia de que foram encontrados 108 pacientes com essa variante na cidade. Isso nos preocupou muito."
"Chegamos a conclusão de que existem no mínimo 20 desses pacientes que ainda estão com a doença, ou seja, estão transmitindo ainda. Chegamos a conclusão que o lockdown seria o melhor para esse momento. Precisamos paralisar as atividades para que possamos identificar essas pessoas para que elas fiquem bloqueadas, isoladas. A partir de hoje, vamos identificar essas pessoas. Todas as nossas atividades, sejam comerciais ou industriais, estão paralisadas. Funcionam apenas supermercado e farmácia em modo delivery e posto de combustível para abastecer apenas veículo oficial."
"A percepção é real. Primeiro, o número assustador de pacientes infectados de um dia para o outro. Em uma sexta-feira, nós atendemos 70 pacientes no nosso centro de especialidades. Na segunda passamos a atender 160 pacientes. Um número assustador. Observamos que a doença está muito mais rápida em deixar o paciente clinicamente instável. O paciente já chega no centro de Covid ou no hospital com comprometimento elevado do pulmão. Isso tem nos assustado muito."
"No nosso centro de atendimento, ontem vimos jovens de 16 anos e crianças de 10 anos. Estamos no nosso hospital estadual aqui na cidade com uma jovem de 20 anos internada em UTI. Pode observar que nós não temos mais grupo de risco. Todos nós estamos em risco."
"A gente não tem uma explicação técnica e concreta, mas Barra de São Francisco hoje é um polo de granito, é a capital nacional do granito. Recebemos diariamente pessoas de outros países que vem para cá comprar nossas rochas. Isso pode ser uma explicação."
"Todos aqui sabem: eu amo Barra de São Francisco. Trabalho diuturnamente. Mas nós precisamos até segunda-feira da colaboração de todos. Que todos se preservem, que fiquem realmente em casa. Não saiam, não tem motivo para sair. Entraremos em contato com todos esses pacientes que foram infectados com essa variante e vamos trabalhar para preservar a saúde do povo. Precisamos da ajuda e colaboração de todos. Precisamos bloquear essas pessoas e fazer com que o vírus pare de circular. Esse foi o motivo do lockdown. Não tem ninguém satisfeito por ter que fazer isso, mas foi uma medida imediata que precisava ser tomada".
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