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'Número crítico é 90%', diz secretário do ES sobre ocupação de UTI para Covid-19

"Número crítico é 90%", diz secretário do ES sobre ocupação de UTI para Covid-19

Último dado sobre ocupação era de 83,3% na Grande Vitória. Secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, informou que a expansão de leitos está sendo feita. No entanto, afirmou que, se chegar a 90%, número será considerado crítico

Publicado em 30 de abril de 2020 às 12:08

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Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. (Reprodução/TV)

Após a informação de que 83,3% dos leitos de UTI para tratamento do novo coronavírus na Grande Vitória estavam ocupados, muitas pessoas demonstraram preocupação, já que o número de casos e de mortes confirmadas pela doença vem crescendo significativamente nos últimos dias. No entanto, este índice está em um “alerta laranja”, segundo o secretário de Estado da Saúde Nésio Fernandes, que afirmou que o nível crítico será considerado quando a ocupação chegar a 90%.

Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, Fernandes explicou que quando o índice atinge os 80%, uma série de medidas são tomadas para conter o avanço e garantir a expansão imediata de leitos. Ainda de acordo com o secretário, essas ações são constantes e variam com o tempo, sendo preciso observar o índice por um período de até três dias para que se haja um diagnóstico real da ocupação.

“A taxa de ocupação dos leitos hospitalares é um indicador de vulnerabilidade do sistema. Quando ela alcança 80%, se acende um alerta laranja, onde nós passamos a modificar critérios de regulação, passamos a modificar critérios de internação dos pacientes, e agilizar algumas altas e garantir a expansão imediata de leitos. Chegar a 80%, por si só, não é um indicador de perigo e vulnerabilidade. Essa ocupação precisa se manter durante dois ou três dias, porque a taxa de ocupação varia muito ao longo do dia, no que diz respeito a chegada de pacientes, alta, remoções e óbitos. Então, o grande número crítico é o 90%”, disse.

Número crítico é 90 por cento, diz secretário do ES sobre ocupação de UTI para Covid-19

FASE DE TRANSIÇÃO 

Nésio afirmou ainda que, como a expansão de leitos está em fase de transição, a taxa de ocupação sofrerá alterações de um dia para o outro, havendo mais leitos disponibilizados no dia seguinte, assim como aconteceu na divulgação do último índice.

“(A ocupação de 83,5%) foi considerada com base nos leitos disponíveis até ontem (quarta, 29) à tarde. Ele não considerou a ampliação que foi atualizada à noite. Nós teremos, ao longo dos próximos dias, vários recortes de taxa de ocupação que não vão representar, nas 12h a 18h seguintes, de fato, a ocupação real, porque estamos em dias de transição. Nos próximos dias teremos muitos leitos sendo disponibilizados, o que vai interferir sempre numa divergência entre o número de ocupação apontado no dia anterior e a disponibilidade real no dia seguinte”, completou.

MAIS LEITOS ATÉ DOMINGO (3)

Segundo o secretário, a expansão de acomodações para internação, inclusive, teve início nesta quarta-feira (29) - com 50 novos leitos de UTI disponíveis - e seguirá até o próximo domingo (3), o que deve deixar a ocupação dentro de uma taxa razoável na rede estadual de saúde. Previsão é de 700 leitos entre UTI e enfermaria até a próxima semana.

“Com a expansão de leitos prevista, já iniciada no dia de ontem essa disponibilidade e indo até domingo (3), nós entendemos que a ocupação vai ficar dentro de uma taxa razoável na Grande Vitória e no Estado. Chegamos a 231 leitos de UTI exclusivos para o Covid-19, e 230 leitos de enfermaria. Devemos chegar, no conjunto, a mais de 700 leitos na próxima semana”, explicou.

Nésio Fernandes, secretário da Saúde do ES
Nésio Fernandes, secretário da Saúde do ES. (Reprodução/TV Gazeta)

ATRASO E FILA DE AMOSTRAS NO LACEN

Sobre a reclamação de atrasos nos testes por parte dos municípios, o secretário afirmou que o problema se deu por uma falha em um dos equipamentos que fazem as análises. Mas que já foi resolvido e os testes retomaram à normalidade. “Um dos equipamentos utilizados no processo de realização das análises, que é o extrator, teve problemas na atualização do software dele, o que fez que, durante alguns dias, alguns exames ficassem represados. Mas esse problema já foi resolvido”, disse.

Já sobre a fila de amostras no Laboratório Central (Lacen) - registrada em vídeo e publicado por A Gazeta - o secretário explicou que houve uma demanda após a ampliação nos testes, que agora são feitos também em pessoas acima de 45 anos que tenham comorbidades e apresentem febre.

“Nós ampliamos a capacidade e o critério de testagem. Até terça-feira (28) no Estado, assim como no Brasil inteiro, só se testava paciente grave, trabalhador da Saúde, trabalhador da segurança e outros casos muito específicos. Nós ampliamos a testagem para pacientes com mais de 45 anos que não tenham sinais de gravidade, mas que apresentem comorbidade e febre. Então, essa ampliação da testagem também fará com que aumente a quantidade de amostras coletadas. E isso é muito bom, é muito bom que o Lacen receba muitas amostras, que todos os municípios passem a testar e diagnosticar, porque o pior cenário de todos é aquele onde não há testagem, é onde os municípios não enviam amostra. Então, estamos organizando uma segunda sala de recepção dessas amostras, para que não ocorram essas filas e que a gente consiga receber todas as amostras”, finalizou.

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