Após a informação de que 83,3% dos leitos de UTI para tratamento do novo coronavírus na Grande Vitória estavam ocupados, muitas pessoas demonstraram preocupação, já que o número de casos e de mortes confirmadas pela doença vem crescendo significativamente nos últimos dias. No entanto, este índice está em um alerta laranja, segundo o secretário de Estado da Saúde Nésio Fernandes, que afirmou que o nível crítico será considerado quando a ocupação chegar a 90%.
Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, Fernandes explicou que quando o índice atinge os 80%, uma série de medidas são tomadas para conter o avanço e garantir a expansão imediata de leitos. Ainda de acordo com o secretário, essas ações são constantes e variam com o tempo, sendo preciso observar o índice por um período de até três dias para que se haja um diagnóstico real da ocupação.
A taxa de ocupação dos leitos hospitalares é um indicador de vulnerabilidade do sistema. Quando ela alcança 80%, se acende um alerta laranja, onde nós passamos a modificar critérios de regulação, passamos a modificar critérios de internação dos pacientes, e agilizar algumas altas e garantir a expansão imediata de leitos. Chegar a 80%, por si só, não é um indicador de perigo e vulnerabilidade. Essa ocupação precisa se manter durante dois ou três dias, porque a taxa de ocupação varia muito ao longo do dia, no que diz respeito a chegada de pacientes, alta, remoções e óbitos. Então, o grande número crítico é o 90%, disse.
Nésio afirmou ainda que, como a expansão de leitos está em fase de transição, a taxa de ocupação sofrerá alterações de um dia para o outro, havendo mais leitos disponibilizados no dia seguinte, assim como aconteceu na divulgação do último índice.
(A ocupação de 83,5%) foi considerada com base nos leitos disponíveis até ontem (quarta, 29) à tarde. Ele não considerou a ampliação que foi atualizada à noite. Nós teremos, ao longo dos próximos dias, vários recortes de taxa de ocupação que não vão representar, nas 12h a 18h seguintes, de fato, a ocupação real, porque estamos em dias de transição. Nos próximos dias teremos muitos leitos sendo disponibilizados, o que vai interferir sempre numa divergência entre o número de ocupação apontado no dia anterior e a disponibilidade real no dia seguinte, completou.
Segundo o secretário, a expansão de acomodações para internação, inclusive, teve início nesta quarta-feira (29) - com 50 novos leitos de UTI disponíveis - e seguirá até o próximo domingo (3), o que deve deixar a ocupação dentro de uma taxa razoável na rede estadual de saúde. Previsão é de 700 leitos entre UTI e enfermaria até a próxima semana.
Com a expansão de leitos prevista, já iniciada no dia de ontem essa disponibilidade e indo até domingo (3), nós entendemos que a ocupação vai ficar dentro de uma taxa razoável na Grande Vitória e no Estado. Chegamos a 231 leitos de UTI exclusivos para o Covid-19, e 230 leitos de enfermaria. Devemos chegar, no conjunto, a mais de 700 leitos na próxima semana, explicou.
Sobre a reclamação de atrasos nos testes por parte dos municípios, o secretário afirmou que o problema se deu por uma falha em um dos equipamentos que fazem as análises. Mas que já foi resolvido e os testes retomaram à normalidade. Um dos equipamentos utilizados no processo de realização das análises, que é o extrator, teve problemas na atualização do software dele, o que fez que, durante alguns dias, alguns exames ficassem represados. Mas esse problema já foi resolvido, disse.
Já sobre a fila de amostras no Laboratório Central (Lacen) - registrada em vídeo e publicado por A Gazeta - o secretário explicou que houve uma demanda após a ampliação nos testes, que agora são feitos também em pessoas acima de 45 anos que tenham comorbidades e apresentem febre.
Nós ampliamos a capacidade e o critério de testagem. Até terça-feira (28) no Estado, assim como no Brasil inteiro, só se testava paciente grave, trabalhador da Saúde, trabalhador da segurança e outros casos muito específicos. Nós ampliamos a testagem para pacientes com mais de 45 anos que não tenham sinais de gravidade, mas que apresentem comorbidade e febre. Então, essa ampliação da testagem também fará com que aumente a quantidade de amostras coletadas. E isso é muito bom, é muito bom que o Lacen receba muitas amostras, que todos os municípios passem a testar e diagnosticar, porque o pior cenário de todos é aquele onde não há testagem, é onde os municípios não enviam amostra. Então, estamos organizando uma segunda sala de recepção dessas amostras, para que não ocorram essas filas e que a gente consiga receber todas as amostras, finalizou.
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