O Espírito Santo registrou mais 1.789 casos confirmados do novo coronavírus, em apenas 24 horas. Este número, divulgado na tarde desta terça-feira (24), é o maior dos últimos quatro meses e fez com que novembro já tenha mais pessoas infectadas que todo o mês de outubro, mesmo seis dias antes de terminar.
A última vez que o Estado teve tantos infectados em apenas um dia foi em 8 de julho, quando foram divulgados 1.834 resultados positivos. Vale ressaltar que naquele mês os capixabas viviam o pico da pandemia. Todos os dados levam em conta as atualizações diárias do Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Também é importante lembrar que, desde agosto, o Espírito Santo mantinha a maioria dos dias com menos de 1.000 novos casos. Em setembro, por exemplo, esse patamar nunca foi atingido. Em outubro, foram apenas quatro vezes. Já neste mês, a grande parte exatos 17 dias superou esta marca.
Segundo a especialista ouvida por A Gazeta, esses números só confirmam e acompanham o que já vinha sendo observado e amplamente noticiado: o crescimento da taxa de transmissão da Covid-19, o aumento de internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a maior interação entre as pessoas.
Na análise, a médica infectologista Rúbia Miossi também lembrou que houve uma ampliação da testagem em setembro e que é preciso considerá-la quando se faz a comparação com os meses anteriores. "Hoje, qualquer pessoa é testada, não só quem é do grupo de risco. Antes, provavelmente, tínhamos casos subnotificados", explica.
Ao mesmo tempo, ela pontua que essa já é a realidade dos últimos dois meses. "Se isso é desde o final de setembro e houve uma alta na taxa de transmissão em relação ao passado, é óbvio que vai ter mais pessoas positivas", diz. "A única forma de controlar o vírus é se distanciar", completa.
Nesse sentido, ela ressalta a importância dos capixabas não esquecerem que a pandemia não acabou e voltarem a respeitar o isolamento - para quem está com sintomas da doença e testa positivo - e o distanciamento social, para as demais. "Isso é que fez com que os casos reduzissem no passado", afirma.
Ou seja, enquanto não há vacina e nem todos forem vacinados é preciso, sim, seguir aquelas regras já conhecidas: higienizar as mãos, usar máscaras, evitar aglomerações e "sair o menos possível". "Se você puder, não tenha contato com pessoas idosas da família. Se não tiver como, evite as outras pessoas", orienta Rúbia Miossi.
A reportagem acionou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) para comentar o número de novos casos divulgados nesta terça-feira (24). Quando o retorno for dado, esse texto será atualizado.
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