O número de mortes violentas no Espírito Santo caiu 8,5% de 2021 para 2022. Foram registrados 1.147 homicídios em 2022, contra 1.253 no ano anterior. Os dados são do Atlas da Violência de 2024, que aponta ainda que em cinco anos, de 2017 a 2022, o número de mortes violentas caiu 24,6% em território capixaba. O Estado, porém, ainda tem a maior taxa de homicídios estimados da região Sudeste.
O trabalho, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), faz um apanhado dos homicídios ocorridos em 2022, utilizando principalmente dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam) do Ministério da Saúde.
Das mortes violentas, 580 foram contra jovens de 15 a 29 anos, o que representa 50,5% do total. O dado é superior ao do país, que tem 49% dos homicídios contra jovens nessa faixa etária. Ao avaliar o número de mortes por 100 mil habitantes, o Estado tem taxa de 27,7, estando na 14ª posição do país.
O estudo aponta ainda que os registros de homicídio podem ser maiores, visto que há grande quantidade de mortes violentas por causa indeterminada ocorridas no país, inclusive no Espírito Santo. Os autores do estudo estimaram 52.391 homicídios em 2022 no Brasil, somando a quantidade de casos oficialmente registrados com os que ficaram ocultos.
No Espírito Santo, o total de homicídios estimados, incluindo os ocultos, ficou em 1.352. o que representa que 205 mortes a mais do que as registradas.
Desde 2011, o Espírito Santo tem apresentado uma trajetória de redução de homicídios. Em 2012, por exemplo, o Estado tinha taxa de 45,2 homicídios por 100 mil habitantes, a segunda maior do país. Agora, a taxa está em 27,7, a 14ª maior do país, entre 26 Estados e o Distrito Federal. Na região Sudeste, ainda é a mais alta.
Ao detalhar a situação dos Estados, o estudo aponta que o Espírito Santo apresenta trajetória de redução de mortes violentas intencionais desde 2011 – quando foi instituído o programa Estado Presente – e seguiu em 2022 tendo a maior taxa de homicídios estimados da região Sudeste (32,6).
"Em 2019, depois de quatro anos de descontinuidade, houve a retomada do programa, reconhecido pelo Instituto Sou da Paz (2023) como referência nacional em gestão por resultado. Naquele ano, a UF (unidade da Federação) logrou obter o mais baixo índice da série histórica", diz o estudo.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública, Eugênio Ricas, os dados do Atlas, de 2022, já apontavam uma redução consistente do número de homicídios no Espírito Santo, tirando o Estado do topo da lista de anos atrás. Segundo ele, os dados de 2023 e 2024 serão ainda melhores.
"O programa Estado Presente tem trazido resultados consistentes e que nos permite sonhar com o momento em que o Espírito Santo vai estar entre os menos violentos do Brasil", destaca.
Ricas afirmou que os programas estabelecidos pelo Estado Presente tem ajudado, com eixo de proteção social, mapeamento de áreas de vulnerabilidade social e investimentos sociais para dar aos jovens mais oportunidade de emprego e qualificação. Além disso, contribui também o investimento no policiamento e na apuração dos crimes, segundo o secretário.
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