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Número de mortes pode dobrar e chegar a mil em junho, diz secretário do ES

Número de mortes pode dobrar e chegar a mil em junho, diz secretário do ES

Projeção foi feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta

Publicado em 28 de maio de 2020 às 11:31

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O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista à TV Gazeta nesta quinta-feira (28)
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista à TV Gazeta nesta quinta-feira (28). (Reprodução / TV Gazeta)
Número de mortes pode dobrar e chegar a mil em junho, diz secretário do ES

O número de mortes por coronavírus no Espírito Santo pode chegar a mil no mês de junho. Essa é a projeção feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes. Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, na manhã desta quinta-feira (28), o secretário afirmou que o comportamento da doença pode levar o Estado a registrar esse aumento já no próximo mês.

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Nós temos uma doença de difícil manejo, os pacientes evoluem para o estado crítico muito rapidamente, e o total de óbitos acumulados que temos até agora pode dobrar ao longo do mês de junho. Nós podemos chegar ao mês de junho com o número de mil óbitos, pelo comportamento da doença. A doença tem uma letalidade muito alta, por exemplo, em pessoas acima de 90 anos, chega a 40%. Com pessoas entre 80 e 89 anos, chega a 33% de letalidade. É uma doença que mata e não tem tratamento específico

Nésio Fernandes
Secretário de Estado da Saúde
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Ao falar sobre a projeção, o secretário destacou a gravidade da doença e a dificuldade do tratamento, mesmo com os respiradores. Para justificar, Nésio afirmou que dois terços dos pacientes que são colocados em ventilação mecânica morrem.

“Os famosos respiradores são instrumentos importantes para salvar vidas, mas não salvam todas as vidas. Porque dois terços das pessoas que usam ventilação mecânica evoluem a óbito, então, se você considerar que 100 pessoas vão para ventilação mecânica, entre 60 e 70 vão evoluir a óbito. Então, não há tratamento específico para doença”, destacou.

Fernandes aproveitou a oportunidade para destacar mais uma vez a importância do distanciamento social. Segundo ele, apenas o rompimento da cadeia de transmissão da doença vai fazer com que a curva de casos e óbitos diminua. “Eu quero aqui sensibilizar a população e toda a sociedade dizendo que, se nós não rompermos a cadeia de transmissão e não distanciarmos as pessoas e poder ter uma quantidade menor de infectados, vai continuar morrendo muitas pessoas e isso não depende só da capacidade hospitalar instalada”, reforçou.

EXPANSÃO DE LEITOS: "HAVERÁ UM LIMITE"

Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. . (Reprodução/TV)

Quando questionado sobre a ocupação de leitos e a expansão realizada na rede estadual, em parceria também com hospitais filantrópicos e da rede privada, o secretário foi taxativo em dizer que, apesar das estratégias adotadas, haverá um limite. Segundo Nésio, o objetivo não é ter leitos disponíveis para que pessoas “simplesmente morram”, mas sim, que a cadeia de transmissão seja rompida e a internação evitada.

“Nós temos uma estratégia que ela tem uma margem de expansão de leitos, só que haverá um limite. Nós não podemos continuar expandido leitos, porque também não seria humano e nem razoável chegar ao ponto de ter 2 mil leitos de UTI para que, simplesmente, as pessoas morram nas UTIs. Nós queremos que as pessoas não morram, nós queremos que as pessoas não evoluam a óbito, que vidas não sejam perdidas. E, para isso, a gente precisa romper a cadeia de transmissão da doença. Enfrentar o Covid não é só ter leitos hospitalares e nem ventiladores mecânicos, é ter menos casos. Essa é a estratégia central do enfrentamento à pandemia. Não nos é suficiente que as pessoas morram no hospital”, concluiu.

Ainda de acordo com o secretário, a taxa de ocupação atual dos leitos exclusivos para o tratamento do novo coronavírus no Estado tem variado entre 84% e 88% em regiões específicas e 78% em todo o território capixaba.

TESTES REPRESADOS NÃO TÊM INFLUÊNCIA, DIZ SESA

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para saber se dentro dessa projeção estariam incluídos possíveis óbitos nos testes que estavam represados no Lacen e que foram enviados para análise em um laboratório do Paraná, em parceria com o governo do Espírito Santo.

De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, esses resultados não teriam impacto na previsão. À reportagem, a Sesa informou que investigações de óbitos e casos graves são prioridades no Lacen, com análises e testes sendo feitos no próprio ES. Sobre a previsão do secretário, informou que a mesma é tomada com base nas estatísticas analisadas ao longo da pandemia.

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