O município de Vila Velha registrou um aumento de 233 sepultamentos em cemitérios municipais entre os meses de março e junho de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 769 enterros entre março e junho deste ano, contra 536 nesses meses de 2019. De acordo com números da administração municipal, do aumento total de enterros, 153 foram por conta da Covid-19.
Neste fim de semana, o Espírito Santo ultrapassou a marca de 2 mil mortes por coronavírus. E, infelizmente, está cada vez mais comum a notícia de que um parente, amigo ou conhecido tenha sido vítima ou perdido alguém para a Covid-19. Para dar outra visão da quantidade e do impacto dessas mortes, a reportagem apurou o número de enterros nos cemitérios da Grande Vitória. E a primeira cidade que a reportagem fez esse raio-x foi Vila Velha.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo coronavírus em 11 de março, mês em que foi registrada a primeira morte no Brasil, no Estado de São Paulo. Por isso, a reportagem solicitou a quantidade de mortes de março a junho, mesmo que no Espírito Santo a primeira morte tenha sido registrada no dia primeiro de abril.
No mês de março, apesar do aumento de 20 sepultamentos, a Prefeitura de Vila Velha não faz relação com o novo coronavírus. Segundo a subsecretária de Atenção Primária da Saúde do município, Irisângela Teixeira, não é possível falar de março, quando os óbitos pela doença foram confirmados de forma oficial no município somente a partir de abril. Eu não tenho como afirmar. O que eu tenho de dados são números a partir de abril, maio e junho, disse.
Já em abril - mês em que Vila Velha registrou os primeiros 22 óbitos pelo coronavírus - foram 10 sepultamentos a mais que em 2019 (141 contra 131 do ano anterior). No entanto, de acordo com os números da prefeitura, nenhum dos enterros realizados em cemitérios municipais ou em vagas locadas pela administração em cemitérios particulares naquele mês foi relacionado à Covid-19.
A reportagem tentou contato com o cemitério particular do município para saber quantas dessas mortes por Covid-19 tiveram sepultamento no local, mas não obteve retorno.
Em maio, mês que a cidade teve 90 óbitos pelo novo coronavírus, com aumento significativo de sepultamentos em relação ao ano anterior - 65 a mais do que 2019 - os cemitérios municipais começaram a registrar enterros de vítimas da pandemia. Dos 215 corpos sepultados, 33 eram de vítimas da Covid-19.
Junho foi o mês em que Vila Velha registrou o maior número de mortes por coronavírus até o momento: 172. E também foi o mês que a cidade realizou mais sepultamentos nos cemitérios municipais: 259. Deste total, 120 enterros foram de vítimas da Covid-19, quase metade dos corpos sepultados em cemitérios administrados pela prefeitura naquele mês.
De acordo com o subsecretário municipal de Serviços Urbanos, Renzo Mendes, o aumento no número de enterros no município, de março a junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, foi causado pela pandemia do novo coronavírus.
Os dados informados se referem aos enterros realizados nos seis cemitérios administrados pela prefeitura: Centro, Santa Inês, Morro da Lagoa (Ponta da Fruta), Ponta da Fruta, Barra do Jucu e Alvorada. Pelo fato de a maioria desses cemitérios serem de jazigos perpétuos, também estão na contagem sepultamentos realizados em um cemitério particular no bairro Ponta da Fruta. Segundo a prefeitura, por meio de licitação, foram arrendadas mil vagas no local, que são pagas mensalmente, de acordo com os enterros realizados.
Até esta segunda-feira (13), Vila Velha é a cidade com mais casos confirmados de Covid-19 (10.016) e tem 337 mortes pela doença. Os dados relacionados a mortes por coronavírus registrados no município foram extraídos do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
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