Uma nuvem em formato de explosão chamou a atenção de moradores de Domingos Martins, na Região Serrana do Espírito Santo, na tarde desta quarta-feira (12). O registro foi feito por Patrícia Hand Littig, professora que mora na comunidade de São Bento do Chapéu, na zona rural do município.
O formato da nuvem, inclusive, lembrou o "cogumelo" visto na explosão de um depósito de nitrato de amônio, ocorrido em Beirute, capital do Líbano, na terça-feira (04).
Patrícia, que fez o registro por volta das 17h da última quarta-feira (12), comentou que nunca havia visto uma nuvem neste formato e que ficou admirada. Ela ressaltou que a nuvem preencheu de forma exata o centro do vale da propriedade onde mora, na zona rural de Domingos Martins.
"Nunca tinha visto uma nuvem nesse formato, muito linda. Ela preencheu de forma centralizada o vale. Achei muito incrível, parecia que era mentira", disse.
De acordo com o coordenador de meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, Hugo Ramos, o fenômeno visto de Domingos Martins pela professora trata-se de uma nuvem do tipo Cumulonimbus, não tão comum para esta época do ano.
"Esta formação nebulosa apresenta características de Cumulonimbus. Para ficar mais fácil de entender, são geralmente aquelas nuvens mais carregadas, e que provocam as tempestades típicas de verão, quando associadas. É o tipo de nuvem mais perigoso que existe, pois, pode provocar chuva em grande quantidade como presenciado tantas vezes aqui no Estado. Os aviões até tentam desviar delas, pois causam as turbulências", destacou o meteorologista.
Sobre o belo registro feito pela moradora do distrito de Domingos Martins, Hugo Ramos descreveu algumas características do ocorrido, mas disse não ser possível precisar o local que a mesma se formou.
"Esse formato que foi presenciado é o que chamamos na meteorologia de bigorna, que nada mais é do que o topo da nuvem Cumulonimbus. Esse tipo de formação acontece por conta da evaporação da água da superfície em grande quantidade e que vai parar na atmosfera, gerando chuva em seguida. Não conseguimos, contudo, verificar se choveu na área, mas as imagens do satélite confirmaram que existiu de fato essa formação no dia e horário citados por quem fez o registro", disse Ramos.
Por fim, o meteorologista detalhou a coloração que a nuvem apresentou no entardecer em Domingos Martins, poém não conseguiu confirmar com exatidão a localização onde a cumulimbus ocorreu.
"Como há grande quantidade de gotículas de água e cristais de gelo dentro da nuvem, os raios solares acabaram refletidos, por isso esse tom mais alaranjado e avermelhado. Isso ocorre mais pelas manhãs, mas também pode ocorrer ao fim do dia. Sobre a localização da mesma, é mais difícil delimitar se foi mesmo em Domingos Martins. Pelo registro parece estar distante, é provável que tenha ocorrido em alguma cidade próxima e vista de pontos distantes", finalizou o meteorologista do Incaper.
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