"Não estou podendo falar contigo pelo meu zap. Estou sendo coagida pelo Henrique". "Ele fica o tempo inteiro atrás de mim vendo o que faço e me ameaçando. Impossível do meu filho não ver e nem ouvir. Nem mesmo os vizinhos". "Não tenho como sair". "Estou sendo torturada psicologicamente. Passando por constrangimentos horríveis". Tais trechos revelam parte do terror vivido por uma mulher de 46 anos mantida em cárcere privado por oito anos em poder do próprio marido, na região de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O marido foi preso em flagrante nesta quarta-feira (8) por policiais civis.
A mulher mostrou o bilhete escrito à mão ao filho, que o fotografou e levou à delegacia. De acordo com informações da delegada Mônica Areal, titular da especializada, eles receberam um bilhete, escrito pela vítima, relatando que o criminoso a mantinha trancada em casa e que sofria agressões físicas e violência psicológica.
O homem foi preso sob acusação de cárcere privado, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão.
De acordo com informações da delegada Mônica Areal, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) Oeste, eles receberam um bilhete, escrito pela vítima, relatando que o criminoso a mantinha trancada em casa e que sofria agressões físicas e violência psicológica.
Ainda segundo a delegada, a vítima era proibida de sair de casa sozinha e de receber amigos e só usava o celular ao lado do autor, que monitorava com quem ela falava e também o tempo de duração das ligações.
À Polícia Civil, o filho afirmou que havia desconfiado de algo errado entre os pais porque, quando visitava o casal, a mãe permanecia muito calada e retraída. Um outro familiar acompanhou o filho à delegacia e também relatou suspeitas. Mas nenhum deles fazia ideia do que estava acontecendo.
Quando a polícia chegou à casa, o suspeito demorou a abrir a porta, mas não resistiu à prisão e permaneceu calado, segundo a polícia. Já a mulher estava muito nervosa: Ela mal conseguia falar. Contou que tentou fugir, mas não conseguiu. Procurou a delegacia (por telefone), mas não conseguiu formalizar a queixa (porque tinha que ir pessoalmente). Ela vivia tão oprimida, tão dominada pelo marido que, no momento da prisão, ficou quietinha, calada num canto da porta. Deu pra perceber o nível de dominação que ele tinha sobre ela, afirmou a delegada ao portal G1. Ela não falava sem autorização dele. Só depois que o prendemos ela nos contou o que acontecia. Ela tentou se libertar dele, mas acabou sendo espancada, e também sofria muitas ameaças, disse à imprensa.
A Polícia Civil ainda investigará as denúncias de violência física contra a mulher e, se confirmar, indiciará o marido também pelas lesões corporais. Além disso, a pena pelo cárcere privado pode aumentar para de dois a oito anos de prisão.
Com informações da Agência Estado e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
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