A tragédia da chuva que destruiu Mimoso do Sul, no Espírito Santo, já completou um mês, e, enquanto a cidade tenta lentamente se reerguer e voltar à normalidade, um mistério ainda persiste. O fenômeno que atingiu o município capixaba — em que a chuva pode ter ultrapassado surpreendentes 600 milímetros — matou 18 pessoas. E apesar do tempo já decorrido e das buscas realizadas por bombeiros, ninguém sabe onde está Lailson Rogério Firmino.
O homem de 52 anos trabalhava como pedreiro e morava com a mãe, na Rua da Serra. Ele saiu de casa naquela fatídica madrugada do dia 23 de março, momento em que a força das águas da enchente invadia as ruas da pacata cidade.
Vizinhos relataram à família dele que o viram ser levado pela correnteza do Rio Muqui do Sul. Buscas foram realizadas por dias em cerca de 87 quilômetros por militares do Corpo de Bombeiros, mas em 11 de abril a corporação anunciou a suspensão dos trabalhos. E o mistério persiste: onde está Lailson?
► Seguindo protocolos internacionais e utilizando tecnologias avançadas, as equipes do Corpo de Bombeiros exploraram extensivamente o Rio Muqui do Sul, cobrindo cerca de 39 quilômetros até o Rio Itabapoana e mais 48 quilômetros até a foz no mar já na cidade Presidente Kennedy.
►Também investigaram a área do Córrego da Serra, devido à força da água que o fez subir. A seleção dos locais baseou-se em dados como a posição da vítima, a quantidade e a força da água bem como análises detalhadas do fluxo da enxurrada
► Todos os pontos e áreas de busca foram meticulosamente georreferenciados
[ Nota do Corpo de Bombeiros ]
Em conversa com a reportagem, Cristiani Firmino — que é irmã de Lailson — desabafou sobre a triste situação sem desfecho e sobre o desejo de encontrar o irmão, mesmo com a possibilidade de estar morto. Lamentou ainda sobre a mãe deles, já idosa. "Ela está bem abalada. Muito triste".
Lailson era divorciado e tinha um filho já adulto, com o qual a reportagem não conseguiu contato. Além das mortes provocadas, a tragédia da chuva em Mimoso do Sul deixou mais de 11 mil pessoas fora de casa, entre desabrigados e desalojados.
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