Nesta semana, dois cachorros morreram após serem atacados por abelhas no quintal de uma casa em Guarapari. O vídeo mostrou que os cães corriam para escapar das picadas do enxame. Quando o dono dos animais chegou em casa, agiu no desespero para tentar salvá-los. Diante dessa situação desesperadora, surgiu a dúvida: o que fazer se você ou seus animais de estimação sofrerem esse tipo de ataque?
A reportagem de A Gazeta entrevistou o médico veterinário Marcio Queiroz Arantes, que passou algumas orientações e explicou a gravidade da situação. Confira:
Existem algumas orientações. A primeira é correr o mais rápido possível em zigue-zague, até ter a certeza de que as abelhas sumiram ou já se dispersaram muito. A segunda é entrar na água, se tiver piscina, rio ou mar por perto. Procurar algum tipo de abrigo também é uma possibilidade, assim como usar um lençol ou toalha para cobrir o corpo todo, porque isso evita ou, pelo menos, dificulta a ferroada.
Nesse caso, o jeito é tentar se cobrir com um lençol, uma capa de chuva ou até aquelas roupas de motociclista e pegar os cães. Assim, você vai levar poucas picadas. O ideal é conseguir pegar o mais rápido possível, colocar no carro e levar à clínica veterinária mais próxima, onde o animal poderá ser intubado, receber algum tipo de medicamento e tratar casos de alergia grave ou choque anafilático. Enfim, mantê-lo vivo até que o efeito do veneno passe.
A abelha é um animal peçonhento, cujo ferrão libera uma toxina usada para se defender. Quando alguém toma essa ferroada, o veneno entra na corrente sanguínea. A partir desse momento, há variantes que são individuais. Tem animal que só vai apresentar uma vermelhidão no local da picada e outros que têm alergia. Vale ressaltar que, quanto maior a quantidade de veneno, maiores são os efeitos colaterais. A hipersensibilidade acontece a nível vascular. Existe uma substância chamada estamina, liberada para tentar melhorar a proteção do organismo contra o veneno e dilata os vasos sanguíneos. Com essa dilatação, o corpo começa a inchar e o maior problema é quando ocorre o inchaço da face, chamado de angioedema. Isso é muito grave, porque começa a fechar as vias respiratórias, o ar não consegue passar e o animal pode ter uma parada respiratória, desmaiar e, com isso, o coração parar.
Se possível, é interessante tirar o ferrão com algum objeto que não corta, como a pontinha de um cartão de crédito ou uma tesoura daquelas usadas por criança, sem ponta. Isso porque o ferrão tem uma glândula que bombeia o veneno. Então, a abelha larga o ferrão na pele, e essa glândula fica bombeando o veneno e aumentando a intoxicação.
Existe uma grande possibilidade. Nós também estamos em uma época de queimadas. As abelhas se sentem ameaçadas pelo fogo, pela fumaça e acabam fugindo de um lugar e para outro. Qualquer movimento brusco, barulho, vibração ou cheiro pode causar irritação nelas, que atacam a primeira vítima que tiver pela frente. Existem casos também em que a pessoa mexe em uma colmeia ou está andando pela mata e não percebe que tem muitas abelhas em uma árvore onde encostou. As abelhas atacam quando se sentem ameaçadas.
Integrante do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Carlos Wagner informou que permanecer o mais imóvel possível também é uma estratégia eficaz. "Busque deitar na posição fetal, com o nariz voltado para o chão, fechando os olhos e tampando o nariz e os ouvidos. As abelhas não vão ficar por muito tempo", garantiu.
Além dessa dica, o militar passou uma orientação complementar, caso alguém possa prestar socorro. "Você pode se vestir com uma roupa de manga comprida e colocar uma toalha embebida de água no rosto para poder fazer fumaça (com fogo na ponta de um jornal, por exemplo) e espantar as abelhas", disse.
Já para ajudar animais de estimação, uma possibilidade citada por Carlos Wagner é jogar água nos bichos, sempre vestido com a menor exposição do corpo possível, conforme citado acima. "As pessoas podem acionar os Bombeiros pelo 193 ou acionar um apicultor para fazer a captura das abelhas", concluiu.
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