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O que será preciso para o ES manter ritmo de redução de casos de Covid-19

O que será preciso para o ES manter ritmo de redução de casos de Covid-19

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, as restrições impedem a transmissão da Covid-19. Vacina e testagem são importantes para conter os casos da doença

Publicado em 5 de julho de 2021 às 10:56

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Rede hoteleira afetada pela pandemia do coronavírus
Hotel fechado na Praia do Canto durante o pico da pandemia. (Vitor Jubini)

Ao longo das semanas, entre o meses de março e o julho, o capixaba viu o mapa de risco da Covid-19 mudar de cor. A matriz que determina as restrições em cada município do Espírito Santo, de acordo com indicadores, como a média móvel de óbitos, foi do vermelho, ou seja, risco alto; para o verde, baixo.

Com o processo de vacinação em andamento, o que o governo do Estado e também a população precisam fazer para manter os números controlados e levar o mapa ficar todo esverdeado, ou seja, com menor transmissão da doença?

62º Mapa de Risco do ES
62º Mapa de Risco do ES, válido a partir de segunda-feira. (Divulgação/Governo do ES)

A imunização, medida mais importante, segundo fontes ouvidas pela reportagem, teve início em janeiro deste ano. Sem a quantidade de doses necessária para vacinar toda a população em pouco tempo, o Espírito Santo sofreu o pior momento desde o início da pandemia.

Entre os meses de março e abril, o mapa de risco da Covid-19 ficou quase todo vermelho, um alerta para o risco de colapso no sistema hospitalar. Foi nessa época que o Estado resolveu adotar uma quarentena mais firme. O período teve as restrições mais rígidas desde a chegada do novo coronavírus ao território capixaba.

Em abril, por exemplo, o Mapa de Risco tinha 37 municípios em risco extremo e outros 39 em risco alto. Veja abaixo:

Mapa de Risco da Covid-19 divulgado nesta sexta (2) trouxe 37 municípios em risco extremo, 39 em risco alto e 2 em risco moderado.
Mapa de Risco da Covid-19 em abril. (Divulgação/Governo do ES)

Ao longo do tempo, houve a proibição de funcionamento de alguns serviços, suspensão das aulas presenciais e toque de recolher durante a noite em algumas cidades.

Segundo o diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, a quarentena foi determinante para o mapa atualmente estar na cor verde.

"A quarentena em março foi essencial para reduzir o contágio do vírus. Aquele foi o momento mais crítico de toda a pandemia. Os números de casos e de óbitos durante a terceira onda estavam crescendo muito rapidamente. Se as restrições não tivessem sido adotadas, o número de mortos iria aumentar ainda mais e o sistema de saúde iria colapsar", comenta.

O primeiro mapa de risco foi divulgado em abril de 2020. A ferramenta apresenta a situação de cada município em relação à pandemia, determinando possíveis restrições no comércio, por exemplo.

A matriz tem critérios epidemiológicos orientados pelos estudos realizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), além do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Segundo Pablo Lira, o mapa onde predomina o risco baixo, que entra em vigor na próxima segunda-feira, é uma boa notícia.

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Podemos comemorar as vidas preservadas, mas não podemos relaxar os cuidados, a cautela continua. Estamos com um controle maior da doença, os indicadores mostram isso, mas a pandemia não acabou. Risco baixo ainda é risco

Pablo Lira
Diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)
Aspas de citação

COMO MANTER O RISCO BAIXO?

Vacinação contra Covid-19 de pessoas de 55 a 59 anos sem comorbidades, em Vitória
Vacinação é apontada como medida mais importante para superar pandemia. (Ricardo Medeiros)

Para que a tendência de queda nos números continue sendo registrada no Espírito Santo, o diretor do IJSN defende que a atenção seja dividida em três pontos: teste, vacina e consciência da população.

A percepção é compartilhada também pelo médico infectologista e professor da Emescam, Lauro Ferreira Pinto. Segundo o especialista, a pandemia não acabou e os cuidados precisam ser mantidos.

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Com as variantes circulando, precisamos ter pelo menos 50% ou 60% da população vacinada completamente, com as duas doses. Estamos em um quadro melhor se comparado aos meses de março e abril, mas pra ficar em situação ainda melhor é necessário imunizar

Lauro Ferreira Pinto
Médico infectologista
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O Espírito Santo tem, conforme números do Painel Covid, 14,01% da população imunizada com as duas doses ou dose única. 40,54% já receberam a primeira dose dos imunizantes disponíveis. No total, mais de 2,2 milhões de vacinas foram aplicadas desde janeiro.

O médico reforça que os capixabas não devem ficar escolhendo qual vacina tomar. Todos os imunizantes têm aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e tem comprovação científica.

"Quando mais vacina, menos circulação do vírus. A vacinação não ocorre de maneira satisfatória, ainda é devagar", avalia Lauro Pinto.

O ES contabiliza mais de 11 mil mortes em decorrência da Covid-19. São mais de 519 mil infectados pela doença.

COR AZUL NO MAPA

Na última quinta-feira (1), o secretário de saúde, Nésio Fernandes, disse que o mapa de risco pode ganhar a cor azul até o final de 2021, o que significaria o risco muito baixo.

Em entrevista à jornalista Fernando Queiroz, da Rádio CBN Vitória, o secretário detalhou que a cor poderia oferecer características de um convívio social parecido com o que existia antes da pandemia.

Durante a apresentação do 62º mapa de risco, na sexta-feira (2), o governador Renato Casagrande comentou sobre a taxa de transmissão da Covid-19 no ES. Na Grande Vitória, a taxa da doença está em 0,54. Isso significa que 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outras 54. A taxa é maior no interior, onde chega a 0,9. A média do Estado segue abaixo de 1, ou seja, em desaceleração.

PROTEJA-SE CONTRA O CORONAVÍRUS

  • Máscara, coronavírus, Covid-19

    01

    MÁSCARA

    O uso de máscara de proteção é essencial contra a Covid-19. Mesmo que você esteja vacinado, a utilização é recomendada e obrigatória.

  • Distanciamento social

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    DISTANCIAMENTO SOCIAL

    Procure conservar o distanciamento. Fora de aglomerações, o risco de se infectar pelo novo coronavírus é menor. Ambientes ao ar livre oferecem menos riscos.

  • Para receber a imunização, basta ir na unidade de saúde das 8h às 15h. A pessoa será avaliada por um profissional de enfermagem da unidade

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    VACINA

    Vacina, sim! Só assim, segundo especialistas, o Brasil irá superar a pandemia do novo coronavírus. As vacinas que estão disponíveis no Brasil possuem autorização da Anvisa e têm comprovação científica.

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