Quem está ao volante tem que prestar atenção à estrada. Mas quem está no carona pode fazer uma viagem paralela, do tipo: de onde sai o nome das rodovias? Além das siglas e dos números, como BR 101 ou ES 010, fomos atrás da origem de alguns apelidos famosos. Afinal, se a luz da manhã está em todas essas estradas, por que só uma se chama Rodovia do Sol?
Em busca dessas explicações, a reportagem procurou o Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado do Espírito Santo (DER-ES) para entender quais são os critérios utilizados na composição da numeração que identifica as estradas, bem como dos nomes de algumas rodovias
De início, vale uma ressalva. A Rodovia das Paneleiras é um trecho da BR 101, do Km 0 ao Km 2,9 que foi estadualizado em fevereiro de 2021. Antes, era conhecida como Reta do Aeroporto, justamente por passar em frente à entrada do antigo aeroporto de Vitória.
O nome é uma homenagem ao trabalho artesanal famoso das paneleiras, tradicional em Goiabeiras, que foi considerado, em 2002, patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Outra rodovia famosa no Estado é a Darly Santos, trecho da ES 471 em Vila Velha. Além de jogador do Vitória Futebol Clube, o radialista e cronista Darly Santos escreveu na versão impressa de A Gazeta até 1985. Ele também ficou conhecido como um apaixonado pela Barra do Jucu, lugar que tanto fez questão de divulgar.
Todas as rodovias do Brasil são tocadas pela luz do sol. Mas em um trecho que passa por locais como Barra do Jucu, Ponta da Fruta, ambas em Vila Velha, e por Setiba, em Guarapari, o destaque à estrela é ainda maior: Rodovia do Sol.
No livro “A Trilha Sagrada”, do ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem — hoje Departamento de Edificações e de Rodovias — do Espírito Santo Élvio Antônio Sartório, há a explicação de que o nome como é conhecida a rodovia ES 060 tem origem popular e não foi instituído por lei.
Diferentemente dos trechos que recebem nomes de pessoas, lugares ou coisas, as siglas e os números das rodovias seguem critérios descritos no Plano Nacional de Viação e nas instruções do Roteiro Básico para Sistemas Rodoviários, segundo informações do DER-ES.
As rodovias federais, que atravessam mais de um Estado, levam a sigla referente ao país: BR. As estaduais adotam as letras da unidade da federação à qual pertencem, como ES, no caso do Espírito Santo.
As rodovias são relacionadas por ordem crescente de numeração. O primeiro algarismo indica a nomenclatura da categoria da rodovia, de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação, tanto no caso das vias federais como das estaduais
Rodovias cuja numeração começam em zero são radiais, como a ES 010. Elas partem da Região Metropolitana em direção a outros sentidos. Já as que começam com o número um, são longitudinais — atravessam o Estado de norte a sul, casos da ES 137 e ES 146, por exemplo. Perpendicularmente, estão as que iniciam com o número dois, as rodovias transversais, que vão de leste a oeste e vice-versa, como a BR 262.
As rodovias que começam com o número 3 são as que têm trajeto diagonal. E as com número 4 são as rodovias de ligações, ou seja, que unem duas rodovias entre si.
Além do primeiro algarismo, os outros dois números indicam se a rodovia está mais ao sul, mais ao norte, mais perto do litoral ou do interior.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta