Uma autópsia realizada pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) na tartaruga encontrada morta dentro de uma mochila na baía de Vitória na quinta-feira (23) constatou que o animal morreu em decorrência de afogamento. O resultado da análise feita na tartaruga, que é fêmea, foi divulgado nesta sexta-feira (24). Assustadora foi a quantidade de lixo encontrada no organismo da mesma.
Uma imagem feita pelo próprio Iema mostra o que foi recolhido dentro do animal. São plásticos de diversos tamanhos, tipos e cores. Um deles é semelhante a uma tampa de caneta. Outro parece ser parte de um balão de aniversário. Um terceiro plástico ainda tem informações escritas.
A tartaruga foi encontrada morta dentro de uma mochila que estava boiando entre a Ilha do Frade a Praia de Camburi, em Vitória. Foi o professor de canoa havaiana Estevão Galacho, de 28 anos, que teve a surpresa desagradável quando voltava de uma aula.
Em um vídeo, ele mostrou como estava o animal e disse que, em dez anos de experiência no remo, a cena foi a "mais bizarra" que já encontrou. Em contato com a reportagem de A Gazeta, o professor afirmou que já viu tartarugas mortas no mar em outros momentos, mas foi a primeira vez que encontrou o animal nestas condições.
O vídeo foi publicado pelo Projeto Pegada, organização não governamental ligada ao meio ambiente. Na publicação desta quinta-feira (23), o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, Felipe Rigoni, se pronunciou sobre o caso. Na postagem, ele escreveu: "Que absurdo, e que notícia triste! Tomaremos providências".
Em nota, na quinta-feira (23), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que o setor de fiscalização iria apurar e investigar a situação. Neste caso específico, os técnicos devem avaliar, segundo a prefeitura, se a causa da morte da tartaruga envolveu pesca irregular, causa natural, envenenamento, choque com embarcação, dentre outras situações que podem estar relacionadas com o caso.
Após a autópsia realizada pelo Iema, a reportagem de A Gazeta voltou a demandar a Prefeitura de Vitória sobre a apuração prometida. O secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Foeger, salientou que "com a análise do animal, viram que a causa da morte foi a ingestão de algumas coisas, como plástico, confirma que ela não foi vítima de pesca com rede nem nada" ─ os exames apontaram que o animal morreu por afogamento.
"A cobrança que por exemplo o Pegada (Projeto Pegada) tem feito sobre a gente cai por terra. O animal morreu, pode ter comido esse plástico no litoral de Vila Velha, de Vitória, de Cariacica, em alto-mar, seja onde for, e, infelizmente, veio a morrer", completou.
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