O projeto de construção do mergulhão em Jardim Camburi prevê acabar com faixas de pedestres no encontro da Avenida Dante Michelini com a Rodovia Norte-Sul, juntamente com a retirada dos semáforos existentes no local. Como compensação, deverá ser implantada uma passarela para os moradores acessarem a praia ou saírem da orla em direção ao bairro. A proposta foi discutida em uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Vitória na última sexta-feira (21).
Atualmente, quem quer chegar até a orla a pé ou de bicicleta pode atravessar nas faixas de pedestre existentes no encontro das duas vias e seguir em direção à praia, próximo ao beach club Tantra Vitória. Com a construção do mergulhão, essa travessia será retirada, uma vez que o projeto prevê a remoção dos semáforos.
Com a retirada da travessia no encontro das duas vias, quem quiser acessar Jardim Camburi pela ciclovia da Norte-Sul só vai conseguir entrar no bairro na altura do Extrabom Supermercados, em direção à Avenida Raul Oliveira Neves, uma vez que ao longo desse trecho não há faixas de pedestre.
Do mesmo modo, quem vem de bicicleta pela ciclovia da Norte-Sul não conseguirá mais atravessar na frente do Hotel Nobile Suítes, na Avenida Carlos Martins, sendo necessário utilizar a nova passarela para conseguir chegar até a praia.
A sugestão apresentada pela empresa responsável pelo projeto na audiência pública convocada pelo vereador Armandinho Fontoura (PL), realizada na Câmara na sexta-feira (21), foi manter a faixa de pedestres existente na frente do Hotel Nobile Suítes e implantar uma passarela no lugar da faixa que será retirada na Avenida Dante Michelini, com inclinação de 8%.
O projeto prevê que a passarela seja utilizada por pedestres e ciclistas e também conte com um mirante para contemplar a paisagem local.
A retirada da faixa foi criticada na audiência pelo deputado Denninho Silva (União Brasil), que mora em um condomínio no bairro.
“Uma grande preocupação nossa é que estamos no Residencial Jardins. Hoje a gente sai, atravessa a rua e vai para a praia. Olhando o mergulhão, vai acabar isso. Não vamos ter mais a oportunidade de atravessar na faixa, porque não vai ter mais semáforo. O único que vai ter é na Carlos Martins, 200 metros à esquerda”, declarou.
O vereador Bruno Malias (PSB) também criticou a iniciativa. “Desço todos os dias com meus filhos para a praia por ali. A gente usa a ciclovia da Norte-Sul, porque é um lugar mais arborizado, com uma climatização melhor. Quem mora no bairro e quer acessar a praia vai ter essa dificuldade. A passarela é uma proposta e precisamos entender se avança.”
Em conversa com a reportagem de A Gazeta na tarde desta quarta-feira (26), o secretário municipal de Obras, Gustavo Perin, disse que a contratação feita pela prefeitura para a construção do mergulhão é integrada, o que permite a alteração do projeto. Ele disse que a implantação da passarela é uma possibilidade que ainda está sendo discutida.
"O mergulhão em si já está definido, mas a questão da acessibilidade nós estamos discutindo", salienta Perin.
O secretário disse que a prefeitura conseguiu dialogar com os responsáveis pelo terreno do antigo Hotel Canto do Sol, o que vai possibilitar a criação de um recuo de 3 metros. Com isso, deverá ser aberta mais uma pista na Avenida Dante Michelini para melhorar o fluxo dos veículos que saem da Avenida Carlos Martins e daqueles que querem fazer o retorno. Ao mesmo, poderá ajudar a travessia dos pedestres na faixa existente no local.
“Ali vai ser a travessia para chegar à praia. Quanto aos ciclistas, estamos estudando a implantação da passarela para fazer a travessia até praia por essa ciclopassarela”, destacou.
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