A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados a pacientes com a Covid-19 em hospitais públicos chegou a 93,23% neste sábado (20). O volume de internações é um dos indicadores que mostra o acirramento da pandemia do novo coronavírus no Espírito Santo.
Na última terça-feira (16), quando a taxa de ocupação alcançou o limite de 91% – nível que serve de gatilho para medidas do risco extremo - o governador Renato Casagrande anunciou um conjunto de medidas restritivas que começaram a ser adotadas desde quinta-feira (18) em todo o Estado, no formato de uma quarentena de 14 dias.
O objetivo é conter o avanço do contágio pelo novo coronavírus e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde público e o privado. Ainda assim, a demanda por leitos de UTI continua elevada, como informou o governador em suas redes sociais. Ele destacou que em 20 dias foram criados 79 novos leitos de UTI, mas no mesmo período foram internados 205 pacientes.
Para tentar evitar o colapso do sistema de saúde, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) antecipou o cronograma de entrega dos 158 leitos de UTI que havia sido anunciado no início de março. A expectativa é que o Estado chegue ao total de 900 leitos intensivos exclusivos para a pandemia no começo de abril.
Só nos últimos dois dias, foram abertos 28 leitos intensivos, distribuídos em Cachoeiro de Itapemirim (13) e Serra (15). Nas semanas anteriores, outros 32 já tinham sido entregues, em Vitória (dez) e São José do Calçado (22).
Na última quarta-feira (17), o secretário Nésio Fernandes destacou a importância de a sociedade adotar as medidas de distanciamento social: se possível, sair apenas se estritamente necessário, sempre usar máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos.
Desde a última quinta-feira (18) e até o dia 31 de março, período da quarentena, todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais devem ficar fechados para atendimento presencial.
No endurecimento válido para todo o Estado estão: a proibição do uso de espaços públicos de lazer como praças e parques; a permissão apenas de entrega para restaurantes e bares; a suspensão das aulas presenciais; a recomendação de cultos religiosos virtuais e a restrição de diversas atividades nas praias.
Em pronunciamento na última sexta-feira (19), o governador fez um apelo à população para que fique em casa, destacando que o momento exige medidas duras para salvar vidas.
"Precisamos da ajuda e da colaboração de todos. Até agora conseguimos dar dignidade a todos, acolhendo em leitos todos os capixabas. Mas precisamos reduzir a interação para evitar o contágio. É muito importante, porque daqui a pouquinho podemos não ter leitos para todo mundo. Essa é a realidade que estamos enfrentando. Temos repetido, até cansa, mas como o vírus não cansa da gente, nós também não podemos cansar”, destacou.
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