A desaceleração no ritmo de casos de Covid-19 no Espírito Santo está diminuindo a pressão sobre os serviços de saúde, e a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com a doença tem caído gradativamente. Nesta quarta-feira (29), o indicador chegou a 70,62%, o menor índice em três meses.
Mesmo com o início da migração de leitos para pacientes com outras doenças, a utilização das vagas por pessoas infectadas pelo coronavírus tem registrado tendência de queda em todas as regiões. No início da semana, o Norte chegou a atingir 89,74% de ocupação, o mais alto do Estado, e agora está em 82,05%.
Na Região Metropolitana, o índice de utilização dos leitos de UTI ficou em 71,73%; e, na Central, em 52,27% - ambas em queda, no comparativo de quarta e terça-feira (28). No Sul, a taxa registrada foi de 64,21% nos dois dias, mas já apontava redução em relação ao final de semana.
O Espírito Santo só havia registrado taxa de ocupação nas UTIs inferior no final de abril, quando ficou na casa dos 60% a partir da expansão da oferta de leitos.
Nas enfermarias, para pacientes com quadro clínico menos complexo, a taxa de ocupação é ainda mais baixa e está em 58,47%. O indicador favorece a estratégia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) de promover a migração de leitos, hoje exclusivos para a Covid-19, para fazer o atendimento a pacientes com outras enfermidades.
Isso porque, segundo o secretário Nésio Fernandes, há uma margem de segurança para implementar ou não a reversão do perfil hospitalar. Se a taxa de ocupação chegar a 80%, voltam a ser reservados leitos exclusivamente para a Covid; se o indicador ficar próximo dos 70%, é possível retomar a característica inicial dos hospitais, alterada no início de abril para atender as demandas da pandemia, e direcionar vagas para outras condições clínicas.
Como o mapa de risco de transmissão do coronavírus no Espírito Santo apresenta, como variável de vulnerabilidade, a taxa de ocupação dos leitos de UTI, Nésio Fernandes ressalta que a Sesa vai administrar a migração de modo a não passar dos 80%, o que levaria mais municípios para o risco alto.
O secretário diz também que, embora a taxa de ocupação dos leitos esteja mais baixa, o número de internados ainda é elevado, equivalente ao início do mês de junho e é preciso ficar em alerta. Nésio Fernandes reforça que o quadro não é mais crítico em função da expansão da oferta de vagas na rede própria e através das parcerias estabelecidas com hospitais filantrópicos e particulares. "Uma estratégia que nos livrou do caos", conclui.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta