A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera, desde a semana passada, a Ômicron como uma "variante de preocupação". O Espírito Santo ainda não teve registros da nova variante, mas, no Brasil, já são três casos confirmados. A nova cepa foi sequenciada pela África do Sul no dia 25 de novembro, e com a análise dos pacientes que se infectaram já se sabe os sintomas da Ômicron e que se trata de uma variante potencialmente mais transmissível.
A infectologista Martina Zanotti explica a nova variante. “Os sintomas são parecidos com os que a já conhecemos: febre, dores no corpo, dor de cabeça, tosse, dores na garganta, e alguns outros que são mais incomuns como diarreia e vômito”, afirma.
A médica Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, que atendeu pacientes com a nova variante antes de ela ser descoberta, percebeu que os sintomas da Ômicron relatados são mais parecidos com a variante Beta, mas se diferem da Delta, uma das mais predominantes no país. Segundo a médica declarou ao jornal O Globo, os sintomas da Delta são: pulsação elevada, baixos níveis de oxigênio e perda de olfato e paladar.
Os primeiros dois casos da nova variante no Brasil são um homem de 41 anos e uma mulher de 37 que estavam imunizados com a vacina da Janssen. Ambos tiveram resultado positivo em exames de PCR coletados no laboratório Albert Einstein instalado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, antes de viajarem à África do Sul. Eles estão isolados na casa de parentes em São Paulo, e apresentam sintomas leves.
O terceiro caso da variante foi confirmado nesta quarta-feira (1). Trata-se de um passageiro, de 29 anos, que veio da Etiópia e havia testado positivo para Covid-19. Ele estava isolado em Guarulhos, no estado de São Paulo, e acompanhado pela vigilância do município em que reside, O homem recebeu a vacina da Pfizer contra o coronavírus, e não apresentava sintomas.
Até o momento, não se registrou nenhuma morte associada à variante Ômicron, de acordo com a OMS. A Martina Zanotti afirma o que espera dos impactos da nova variante. “Nós esperamos que seja uma variante mais leve e menos mortal, levando em consideração também que boa parte da população já foi vacinada”, explica.
Apesar de ter uma taxa de mortalidade menor, a Ômicron é mais transmissível. “A variante tem um potencial de transmissão maior. Isso por conta da mutação dela na proteína Spike, que é a proteína de superfície do vírus, responsável pela entrada no organismo. Tornando ele mais viral”, detalha a infectologista.
Segundo ela, apesar das diferenças da nova variante, a forma de prevenção não mudou. “A prevenção é a mesma e deve ser mantida: mascara, álcool, e distanciamento social”, afirma Zanotti
Uma incógnita sobre a variante ainda não foi respondida: o nível de proteção das vacinas anti-Covid existentes. Nesta quinta-feira (2), a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) afirmou que o anticorpo Sotrovimab, desenvolvido pela companhia, é eficaz contra a variante ômicron, segundo informações do Valor Econômico.
O remédio que também recebe o nome Sotrovimab, já teve o uso aprovado nos Estados Unidos e no Reino Unido. A empresa acrescentou que está concluindo o teste de pseudo vírus in vitro para confirmar se o Sotrovimab pode neutralizar uma combinação de todas as mutações do Ômicron e pretende fornecer uma atualização até o final de 2021.
Para os imunizantes disponíveis no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou às desenvolvedoras de vacinas informações sobre os estudos em andamento. O ofício foi encaminhado na quarta-feira (1) para os laboratórios que possuem vacinas aprovada no Brasil: Pfizer, Instituto Butantan, Fiocruz e Janssen.
A expectativa da agência é que, nas próximas semanas, estejam disponíveis os dados das avaliações iniciais. Até o momento, não se conhece esses impactos. Na nota, a Anvisa avalia também que o melhor a se fazer é que a população se vacine ou receba o reforço do imunizante.
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