Ao menos uma certeza permanece desde o início da pandemia: o uso de máscaras continua sendo um meio essencial de proteção contra o coronavírus. Mas quase dois anos depois da chegada do vírus ao Brasil, a indicação do modelo ideal mudou. Isso acontece pela evolução das variantes - a Ômicron é a última delas, se transmite em maior velocidade. Nas palavras de infectologistas, o uso do equipamento é essencial, mas é ainda mais importante escolher bem qual tipo usar, observando o material, a duração e a qualidade do item. Considerando o momento atual, a prioridade são os modelos PFF2 e N95.
A nova mutação, considerada pela Organização Mundial de Saúde como variante de preocupação, exige o uso de máscaras mais seguras. Segundo especialistas consultados por A Gazeta, é preciso procurar máscaras que tenham ao menos três camadas de proteção. Camada única ou dupla não são suficientes para proteção contra uma nova variante que se transmite com mais facilidade.
Dessa forma, as máscaras de pano que eram utilizadas ainda nas primeiras semanas de pandemia não são uma escolha segura. Quanto maior o número de camadas de material, maior a segurança para quem usa. Máscaras PFF2 e N95 se destacam entre as melhores e mais seguras, seguidas pelas máscaras cirúrgicas de três camadas.
O ranking segue a ordem de proteção, sendo a primeira a mais segura, e a quarta a menos segura do grupo recomendado.
A médica infectologista e professora da Universidade de Vila Velha (UVV) Jacqueline Oliveira lembra que nos primeiros meses de pandemia não era recomendado o uso das máscaras cirúrgicas ou peças filtrantes. Não pela falta de segurança, mas para priorizar o fornecimento aos profissionais de saúde.
Contudo, a produção desse modelo triplicou por conta da procura e, hoje, é muito mais fácil encontrá-lo. É possível comprar N95 e PFF2 até em lojas de material de construção.
O equipamento serve como um escudo. Dependendo do material e ajuste no rosto, o risco de entrada do vírus no nariz ou boca diminui. Por isso, além do uso de uma boa máscara, é preciso usa-la da forma correta. Máscaras amarradas no braço, penduradas nas orelhas ou no queixo não protegem contra o coronavírus.
O médico imunologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Daniel Gomes afirma que essa é uma medida de proteção individual e coletiva, sendo essencial em um contexto de pandemia.
O médico infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Crispim Cerutti Júnior lembra, contudo, que "qualquer máscara é melhor que nenhuma".
Crispim Cerutti chama atenção para a circulação das variantes do novo coronavírus, sobretudo a Ômicron, que é "altamente contagiosa". Ele aponta ainda o crescimento dos casos de Influenza, que atualmente causa uma epidemia no Espírito Santo. O infectologista reforça que ao sair de casa, a máscara só deve ser retirada do rosto em caso de necessidade, como beber água ou se alimentar.
O alerta é reforçado pela médica infectologista Jacqueline Oliveira. Ela explica que o uso de máscaras é essencial em um cenário de pandemia de coronavírus, principalmente nesse momento em que ela se soma à epidemia de gripe.
Sim. A vacina não protege contra a infecção, mas trabalha de forma eficaz para que, caso você contraia a doença, não desenvolva um quadro grave. Mesmo vacinado, você ainda pode ser infectado. E para reduzir o risco de ser infectado só há uma maneira: usar máscaras seguras.
Depende. Se você estiver ao ar livre e distante de outras pessoas (pelo menos 1,5 metros), é possível dispensar o item de segurança. Infectologistas explicam que andar na rua sem máscara não é indicado e pode oferecer risco a todos.
Sim. De acordo com especialistas, a obrigatoriedade foi retirada em algumas cidades num momento que o número de casos havia apresentado queda. Mas o cenário mudou. Usar máscara é sempre a melhor opção.
Máscaras de pano podem ser lavadas e reutilizadas, mas não duram para sempre. Máscaras cirúrgicas não devem ser utilizadas mais de uma vez. Usou por mais de quatro horas, descartou. Os modelos N95 e PFF2 podem ser reutilizados desde que armazenados em local arejado. Leia as instruções da embalagem para preservar a qualidade do material e evite guardar de maneira incorreta.
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