A campanha de imunização contra a Covid-19 começou no Espírito Santo. Com base no plano de vacinação nacional, o governo do Estado definiu quais capixabas integram o primeiro grupo a receber as doses do primeiro lote da Coronavac. Contudo, a imunização do restante da população vai depender da chegada de mais doses, o que ainda não tem data apara acontecer.
No Estado, a aplicação da vacina será feita em três fases, seguindo as orientações de prioridade do Ministério da Saúde e as diretrizes da Organização Mundial da Saúde. Ao todo, devem ser imunizados cerca de 1,1 milhão de capixabas durante a campanha. Mesmo aqueles que já foram infectadas pelo novo coronavírus serão vacinados.
Na primeira fase, está prevista a vacinação de 271.788 pessoas no Estado. Contudo, o número de doses que chegaram ao Estado nesta segunda-feira (18) ainda é pequeno ( 101.320 doses) e a estimativa do governo do Estado é vacinar 48 mil pessoas, ou seja , menos de 20% do total. Por isso foi priorizado quem tem mais risco de morrer da doença ou quem está mais exposto a ela.
De acordo o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), cada pessoa receberá duas doses da vacina, com intervalo de 14 a 28 dias entre cada aplicação.
As pessoas idosas que moram em asilos ou abrigos e pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas) receberão as vacinas in loco, ou seja, no local onde vivem.
As demais seguirão as orientações de cada prefeitura. Contudo, não adianta correr agora às unidades básicas de saúde, porque a vacinação nesses locais ainda não começou.
Na Capital, será disponibilizado agendamento online assim que a cidade receber as doses para imunizar o próximo grupo, que inclui idosos acima de 75 anos, por exemplo (veja detalhes de cada grupo abaixo). As pessoas acamadas, serão vacinadas em casa. "As próximas etapas incluindo o agendamento online serão informadas pelos canais oficiais da Prefeitura de Vitória", afirmou o município por nota.
Em Vila Velha o agendamento para a vacinação do próximo grupo também será on-line e há ações como drive thru previstas. No entanto, isso depende do quantitativo de doses a serem enviadas. A prefeitura também informou que os cidadãos serão avisados com antecedência sobre o agendamento pelos canais oficiais.
Cariacica fará agendamento on-line pelo site, mas afirmou que aguarda um comunicado oficial em relação à quantidade de doses de vacina que o município terá direito para decidir se haverá necessidade de implantar outros pontos de vacinação como drive thru, escolas e shopping, por exemplo. O município também pretende fazer um escalonamento nos dias e horários de funcionamento das unidades básicas de saúde para evitar aglomerações.
Já em Viana, os idosos acima de 75 anos, mesmo os que não estão acamados, serão vacinados em casa. Com relação aos demais públicos, a prefeitura informou que as estratégias de imunização serão definidas com o início de cada fase e divulgadas nos canais oficiais.
A prefeitura da Serra informou que ainda não definiu se haverá agendamento pela internet. Segundo o município, à medida em que mais doses forem repassada pelo Governo do Estado, será ampliada a vacinação dos grupos prioritários determinados pelo Ministério da Saúde.
Seguindo o Plano Nacional de Imunização, a vacinação no Espírito Santo acontecerá em três fases, que são dedicadas aos grupos de maior risco de agravamento e de maior exposição ao vírus.
Por conta do número restrito de doses que chegaram ao Estado até o momento, essa fase foi subdividida em grupos, priorizando quem tem mais risco de morrer da doença ou quem está mais exposto a ela.
Fazem parte do primeiro grupo que vai receber a vacina do primeiro lote:
Idosos com 75 anos ou mais farão parte do segundo grupo da primeira fase a ser vacinado contra o novo coronavírus, no Espírito Santo. De acordo com Casagrande, existe a possibilidade de esse público já começar a receber a dose do primeiro lote da Coronavac, que chegou ao Estado nesta segunda-feira (18). Porém, a maior parte só deve ser vacinado quando os próximos lotes do imunizante chegarem.
No segundo grupo também estão os demais profissionais da saúde que não estão na linha de frente de combate a Covid-19. Além deles, ainda estão os professores e profissionais da área de Segurança Pública.
"Os trabalhadores da educação fazem parte do primeiro grupo a ser vacinado quando houver uma maior disponibilização das doses. É similar aos profissionais da segurança pública. Estes também serão vacinados quando tivermos vacinas suficientes. No entanto, as doses neste momento são poucas. Então, na priorização que já amplamente falamos, os trabalhadores da saúde são prioritários porque estão mais expostos cotidianamente", aponta Nésio Fernandes, secretário de Estado da Saúde.
A segunda fase da vacinação contra a Covid-19 no Estado contempla as pessoas que tenham entre 60 anos e 74 anos de idade. Nela, está previsto que 435.659 capixabas sejam vacinados, segundo o governo do Estado. Ainda não há previsão de quando essas pessoas serão vacinadas.
Já a terceira etapa terá como público alvo 393.566 pessoas com comorbidades. Entre as condições consideradas nesse grupo estão:
A data para a vacinação desse grupo depende da chegada de vacinas ao Estado e da imunização dos grupos anteriores.
As pessoas com menos de 60 anos e sem comorbidades ficaram de fora do planejamento de vacinação elaborado pelo Ministério da Saúde. Dessa forma, não há previsão para quando elas serão imunizadas. Já crianças, adolescentes e grávidas não devem receber a vacina.
Entre os motivos para que essa parcela da população fique no fim da fila para receber a vacina está o fato de que ela é menos propensa a desenvolver casos graves ou morrer por Covid-19, em comparação aos demais. Em entrevista para A Gazeta, o farmacêutico Antônio Júnior, que é professor dos cursos da área da saúde da Multivix, explicou que o plano nacional de vacinação é feito de acordo com estudos epidemiológicos.
"Foi verificado que 52% de óbitos eram de idosos e adultos com comorbidades, que é quando tem outra doença associada. Crianças e jovens são os que menos morreram desta doença e ainda não há um perfil de segurança para grávidas", descreveu.
Além disso, o infectologista Alexandre Rodrigues pontuou que cada faixa etária tem uma resposta imunológica diferente às vacinas. Por isso, alguns grupos precisam ser priorizados.
"As vacinas do mercado foram testadas em adultos, não em crianças, o que é uma prática para toda vacina nova. A eficácia é feita separadamente em grupos etários, pois a resposta imunológica não é a mesma. A imunidade de pessoas idosas respondem pior à doença. Já crianças ainda não tem um sistema imunológico ao ponto de produzir vacina apenas, por isso no calendário vacinal é repetida a aplicação, pois a imunidade está sendo construída", detalha o infectologista.
(Com informações de Glacieri Carrareto e Aline Nunes/A Gazeta)
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