Uma pessoa foi presa em Pernambuco a partir de uma decisão do Juízo da 4ª Vara Criminal de Linhares, no Norte do Espírito Santo, suspeita de estupro virtual, armazenamento de mensagens pornográficas de crianças, corrupção de menores, envios de videos e fotografias envolvendo crianças. No momento da prisão, o investigado estava interagindo com crianças em uma rede social, a Kiwi.
O suspeito detido agia no Estado do Nordeste, mas as vítimas residem no Espírito Santo. Uma delas, já identificada, tinha 9 anos, mas estima-se que o total chegue a dez crianças. No Brasil, no entanto, o número pode ser ainda maior, após a análise do material apreendido, o que deve ocorrer nos próximos 30 dias, prazo da prisão temporária do suspeito, que tem 54 anos.
A operação, denominada “Cordel de Flandres”, acontece no mês de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Foi realizada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Norte) e da 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Linhares, com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES. Teve ainda a colaboração do Gaeco do Ministério Público do Estado de Pernambuco.
A investigação tem a finalidade de apurar a ocorrência de crimes praticados contra crianças em ambiente virtual que resultaram em aliciamento, assédio, instigação e constrangimento para induzi-las a disponibilizar conteúdo erótico através de fotografias ou vídeos.
A operação consistiu, inicialmente, no cumprimento de um mandado de prisão temporária e outro de busca e apreensão, que foram cumpridos nesta sexta-feira (12), na cidade Garanhuns, em Pernambuco, expedidos pelo juízo da 4ª Vara Criminal de Linhares.
A apuração comprovou que o investigado mantinha contato com as vítimas (crianças) em redes sociais, inicialmente, visando estabelecer uma relação de confiança. Em seguida, incitava e/ou coagia as vítimas para que fornecessem conteúdo pornográfico sob ameaça de revelar o material para terceiros.
O investigado detido nesta sexta-feira (12) fazia parte de uma rede social denominada Kiwi, onde fazia "amizades" com vítimas, crianças e, em seguida, passavam a manter contato pelo WhatsApp. A partir daí, passava a trocar mensagens de vídeos e fotografias de crianças.
As investigações tramitam sob sigilo e continuam com a análise do material apreendido. O nome do detido, fotos e demais informações não estão sendo divulgados para proteger a identidade das vítimas, seguindo orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca).
Em novembro do ano passado, matéria de A Gazeta alertava pais e mães que têm crianças em casa sobre a necessidade de atenção ao acesso à internet. Isso porque, muitas vezes, o abusador se passa por outra pessoa e começa a conversar com a vítima, até o momento em que propõe desafios, pede fotos e, depois, chega ao ponto de chantagear o menor de idade.
Outro perigo é o de pedófilos que, navegando pela internet, acabam pegando imagens que pais inocentemente publicam em seus perfis. O conteúdo vai parar em grupos criminosos, sobretudo no submundo da internet, a chamada "deep web" (internet profunda), que é bem mais difícil de acessar.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta