Uma operação realizada entre terça (11) e quarta-feira (12) identificou um total de 39 pontos de desmatamento ilegal e 27 barragens irregulares na região conhecida como as Três Santas do Espírito Santo, formada pelos municípios de Santa Teresa, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá.
Entre as áreas degradadas, há até mesmo reservas legais, onde o desmatamento é proibido. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES) os espaços desmatados e queimados seriam usados para especulação imobiliária. Ocorreria um processo de loteamento para instalação de pousadas, chalés ou até mesmo futuras casas.
"Temos nessa região uma questão séria de parcelamento de solos e especulação imobiliária que acaba gerando o problema de desmate", diz a gerente de Licenciamento e Controle Florestal do Idaf-ES, Ahnaia Silva.
O que foi identificado pela operação:
A operação foi realizada pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES), pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), pelo Batalhão da Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo (BPMA) e contou com o apoio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer).
Apesar de ser prevista multa, nenhum proprietário foi autuado, visto que ainda precisam ser notificados, segundo o governo do Estado. Essa notificação será feita pelos órgãos competentes a partir do mapeamento das áreas e também de uma fiscalização feita por terra. As infrações identificadas também estarão sujeitas a advertências ou embargo das áreas.
“O governo do Estado está trabalhando de forma integrada e planejada nas ações ambientais. A Agerh atua para coibir o uso irregular da água, mas o desmatamento ilegal é muito prejudicial para o equilíbrio hídrico. Essa é mais uma ação de muitas que serão realizadas. Vamos continuar atuando em todo o Estado”, destaca o diretor-presidente da Agerh, Fabio Ahnert.
Desde 2019, operações têm sido realizadas com o intuito de identificar e coibir o aumento das áreas desmatadas no Espírito Santo. Entre 2019 e 2020, mais de 200 ações de fiscalizações foram realizadas em Santa Teresa pelo Idaf.
Dessas, 20 referem-se a desmatamento irregular que geraram autuações e embargos. Essas ações resultaram na destruição de 10 hectares de florestas de Santa Teresa, o equivalente a dez campos de futebol. A devastação ameaça os recursos hídricos do município e também de 11 cidades vizinhas.
No ano passado, uma operação da Polícia Ambiental encontrou propriedade de 15 mil metros quadrados com árvores nativas cortadas pelo dono do local, também em Santa Teresa. A área protegia uma nascente, no Alto de Santo Anselmo. O proprietário foi conduzido à delegacia regional pelo crime ambiental de desmatamento de floresta de preservação permanente.
De acordo com o diretor-presidente do Idaf, Leonardo Monteiro, a ação consiste em fortalecer o trabalho que o instituto já realiza de monitoramento florestal. “Nos últimos quatro anos, o Idaf realizou 1.139 fiscalizações nos municípios da operação, sendo a maioria por desmatamento irregular. Estamos trabalhando com a política zero desmatamento. Vamos realizar outras ações com esse objetivo. Quem desmatar no Espírito Santo não ficará impune”, afirma Monteiro.
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