Kamila Garajau de Andrade, de 38 anos, morava em Novo Horizonte, na Serra, e mudou com a família para Bruxelas, na Bélgica, há quatro anos. No país europeu, decidiu ter o terceiro filho, em julho de 2021. Durante a gestação, os médicos constataram que o bebê estava com má-formação na barriga da gestante e falaram que a solução seria interromper a gravidez. A técnica em Segurança do Trabalho tomou a decisão de voltar para o Brasil e ter o filho no Espírito Santo.
“Na Bélgica falaram que a solução seria interromper a gravidez e me explicaram que havia pouca possibilidade dele sobreviver, porque o caso é raro, apenas uma criança em cada 5 mil nasce assim”, conta a técnica em Segurança do Trabalho.
A má-formação a que Kamila se refere é a Onfalocele. De acordo com a pediatra Cynthia Fernandes Chacara, ouvida pela reportagem da TV Gazeta, o problema trata-se de um defeito no fechamento da barriguinha do bebê.
“Na hora do desenvolvimento dentro do útero, a parede abdominal não se forma por completo, fica um orifício. E por aquele orifício saem as alças intestinais. Os órgãos que deveriam ficar guardados na barriguinha do bebê ficam exteriorizados", contou.
A capixaba conta que, ao conversar com a equipe médica da Bélgica, era informada de que não existiam casos de cura bem sucedidos no país. Ela começou a pesquisar sobre a má-formação e descobriu que no Brasil haviam relatos positivos sobre crianças operadas e que conseguiram ter uma vida normal. Foi quando a família arrumou as malas e retornou ao Espírito Santo em janeiro de 2022.
“Não tinha certeza se o Espírito Santo teria profissionais para tratar esse caso. Vim e me informei se o Estado tinha profissionais e, se não tivesse, meu segundo plano era ir para São Paulo”, relembra.
No primeiro atendimento em um posto de saúde de Novo Horizonte, na Serra, a mãe foi encaminhada ao Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. Foi lá que, no dia 5 de abril, Heitor nasceu, foi operado e ficou internado por mais de três meses, tendo alta nesta quinta-feira (14).
Segundo a pediatra Cynthia, que acompanhou o menino, o hospital recebeu sete casos iguais aos de Heitor no último ano. Todos eles tiveram a má-formação corrigida e puderam ter uma vida normal.
Agora com a alta de Heitor, a família planeja para voltar a Bruxelas, na Bélgica e aproveitar o crescimento da criança.
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