O Espírito Santo confirmou, desde junho deste ano, 151 casos de mpox, chamada anteriormente de varíola dos macacos. Entre os pacientes com a doença, um aguarda há mais de dois meses pelo medicamento tecovirimat, único que tem se mostrado eficaz contra o vírus no mundo. A falta do remédio também acontece em outros Estados.
Recentemente, um jovem de 23 anos que estava internado em um hospital de Florianópolis (SC) tornou-se a 13ª vítima da doença no Brasil. E, dos 60 dias em que passou internado, 50 foram à espera do antiviral.
Segundo a Gerência de Assistência Farmacêutica (GEAF) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o paciente do Espírito Santo espera pelo tecovirimat desde 17 de outubro, quando o pedido foi realizado ao Ministério da Saúde. No entanto, ainda não há previsão para envio ao Estado.
Questionado sobre a demora no envio do medicamento, o Ministério da Saúde informou que o tecovirimat não apresenta registro ativo no país, mas foi autorizado, em caráter excepcional e temporário, para uso experimental em estudo clínico em pacientes com risco de desenvolvimento de formas graves da doença, de acordo com a resolução nº 747/2022 da Anvisa.
Ao todo, o Ministério da Saúde recebeu 28 tratamentos contra a varíola dos macacos, por meio de doação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do laboratório fabricante. O último lote, com 16 tratamentos, foi recebido pela pasta no mês de novembro e utilizado em dez pacientes elegíveis.
“Todos esses medicamentos foram designados a pacientes em estado grave, conforme critérios de elegibilidade descritos no Plano de Contingência Nacional, sendo destinado a pacientes com doença debilitante e grave e com risco de óbito. O Ministério da Saúde segue em tratativas com a OPAS e com o laboratório fabricante para a compra de mais 504 tratamentos”, informou a pasta.
No Espírito Santo, entre os casos confirmados, 128 são do sexo masculino e 23 do feminino. A maior parte dos pacientes tem entre 20 e 29 anos, com 56 registros. Em seguida, são pessoas entre 30 e 39 anos, com 46 casos, e 29 confirmações são na faixa etária entre 40 e 49 anos.
A cidade com mais casos é Vila Velha, com 43 registros, seguida por Vitória, com 41 notificações. Serra teve 20 registros, e Cariacica, 16. Já em relação aos sintomas, o mais comum apresentado é a erupção cutânea, presente em 142 dos pacientes, seguido pela febre súbita (91) e dor de cabeça (64).
Depois de ficar conhecida como varíola dos macacos (monkeypox), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu mudar o nome da doença para mpox. A alteração foi definida após reclamações sobre linguagem racista e estigmatizante ligada ao nome do vírus. Segundo a OMS, o termo antigo será usado junto com o novo por um ano, antes de ser extinto.
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