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Padre cita mais de 6h de espera para fazer teste de Covid em hospital do ES

Padre cita mais de 6h de espera para fazer teste de Covid em hospital do ES

Kelder Brandão relata longa espera em hospital privado de Vitória. Ele estava com sintomas gripais e foi orientado a fazer o teste para a Covid-19

Publicado em 22 de janeiro de 2022 às 12:00

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Grito do Excluídos
Padre Kelder Brandão fala de longa espera e falta de condições sanitárias em hospital privado de Vitória. (Carlos Alberto Silva | Arquivo)

Conhecido pela atuação em causas sociais, o padre Kelder Brandão, vigário episcopal para Ação Social, Política e Ecumênica da da Arquidiocese de Vitória, enfrentou os problemas que muitos capixabas têm vivido no Estado. Em carta aberta direcionada a uma cooperativa médica, o clérigo narrou uma longa jornada para conseguir realizar a testagem para a Covid-19. Ele, que apresentava sintomas gripais, havia sido orientado pelo médico, na última terça-feira (18), a fazer um teste rápido.

O início de 2022 tem sido de grandes filas e horas de espera para quem procura um teste de Covid-19 na Grande Vitória. Em reportagem recente publicada por A Gazeta, há registros de espera de até sete horas na fila para a testagem nas redes pública e particular.

O padre contou que, por volta de 9h40 da última quarta-feira (19), chegou ao pronto-socorro de um hospital particular localizado na Avenida Leitão da Silva, em Vitória. No local, recebeu uma senha e esteve em meio a aproximadamente 150 pessoas. Segundo ele, o espaço de espera era pequeno e aglomerado, sem assentos para todos.

Apenas após quatro horas o paciente foi encaminhado à sala de triagem. Após esta etapa, foi direcionado a uma tenda, onde aguardou por 40 minutos para atendimento com um clínico geral. Brandão, após a consulta de aproximadamente 10 minutos, foi encaminhado à sala de coleta do exame.

Contando todo o trâmite enfrentado, o padre apenas deixou a unidade privada de saúde por volta das 16h, ou seja, foram mais de 6h desde o momento em que Kelder deu entrada.

À reportagem, o padre desabafou dizendo que se sentiu impotente e desrespeitado. "Se não somos usuários do sistema público, e vamos a um atendimento privado, achando que teremos uma atenção mais humanizada, nos surpreendemos passando por isso. O que mais me deixou preocupado é a coletividade. Não era só a minha saúde individual, mas o enfrentamento a uma pandemia", disse.

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Como que a maior cooperativa no Estado, com referência nacional, após 2 anos de pandemia, não se organizou para atender de forma sanitariamente adequada? O constrangimento pessoal a gente resolve em vias administrativas, mas por que eu fiz uma carta aberta? Porque diz respeito à saúde coletiva. Eu estava em um viveiro de coronavírus

Kelder Brandão
Padre
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Na carta, o sacerdote menciona: "Saí do Pronto Atendimento, às 16 horas, convicto de que se cheguei pela manhã com suspeita de infecção, estava saindo de lá contaminado, tamanha exposição à carga viral".

"Durante todo o dia, fiquei pensando: se o atendimento dessa empresa com expertise em saúde é desse jeito, com 06 horas e meia de espera para fazer um teste, que vai demorar três dias para sair o resultado, cujo contato com os profissionais da empresa não durou mais do que 20 minutos, imagino o que seria o atendimento em uma empresa não qualificada. Cheguei à conclusão de que pior que a pandemia é o cinismo e a ganância de algumas pessoas que administram as instituições de saúde", finalizou o padre na carta.

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Padre Kelder Brandão faz carta aberta denunciando longa espera em hospital privado

Além da espera, as condições sanitárias não parecem ter sido observadas de forma adequada no local, segundo o clérigo

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O OUTRO LADO

Procurada pela reportagem, a Unimed Vitória informou que tem observado um aumento contínuo na procura de pessoas com sintomas gripais em seu Pronto Atendimento.

"A unidade colocou equipes extras e aumentou a área de atendimento para os pacientes. Todas as medidas estão sendo tomadas para que os impactos dessa procura sejam reduzidos. Recomenda-se que as pessoas procurem o Pronto Atendimento para avaliação médica apenas em casos de febre alta persistente sem alívio por antitérmicos, falta de ar, fraqueza intensa ou sonolência excessiva. Vale reforçar que a população deve continuar respeitando os protocolos de segurança e saúde, como o uso de máscaras e álcool 70, para conter o agravamento das síndromes respiratórias", disse, em nota.

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