Deixado na porta de uma casa no distrito de Jacupemba, em Aracruz, em setembro de 1980 — quando ainda era recém-nascido, o padre Marcelo Pinto Pádua, de 40 anos, está à procura de seus pais biológicos. Desde 2020, ele atua na Paróquia de Laranja da Terra.
Marcelo contou que foi deixado na porta da casa de Lourdes Busatto, que o encontrou por volta das 9h. Ela o levou a um farmacêutico, que fez os primeiros cuidados médicos e, duas semanas depois, foi levado para a casa da irmã de Lourdes, Evany Pinto Pádua, que o criou.
"Eu era bem novinho, havia acabado de nascer. Minha mãe conta que eu estava todo sujo de sangue. Ela me levou a uma farmácia. O farmacêutico, que naquela época era o médico do lugar, 'amarrou' meu umbigo e cuidou de mim. Minha mãe falou que fiquei com minhas tias por duas semanas. Depois, me levaram para Aracruz, onde fui criado", disse.
O padre explicou que, em Aracruz, foi criado por Evany e estudou até os 23 anos, quando deu início à vida de seminarista. Ele contou que chegou a voltar a Jacupemba para tentar encontrar algum registro que pudesse o ajudar a encontrar os pais biológicos, mas não conseguiu. Um dos fatores que o motivou a buscar quem é sua verdadeira família foi o falecimento da mãe adotiva, em 2012.
" Fui para Aracruz, onde cresci e estudei. Mas, até então, não havia me interessado em saber quem era. Essa mãe que me criou faleceu em 2012, antes de eu virar padre, um ano antes. Depois, cheguei a ir em Jacupemba, e falei com o farmacêutico. Fui à casa dele e o procuramos lá. Ele lembra do caso, mas não lembra da pessoa, não se recorda de detalhes", afirmou.
No início de 2020, pouco antes de ser anunciada a pandemia da Covid-19, Marcelo foi para Laranja da Terra e assumiu a paróquia do município. Ele contou que viu a reportagem sobre uma mulher que procurava o filho doado pelo pai no Espírito Santo e imaginou que pudesse ser sua mãe, mas os dados não bateram. Agora, ele segue com a esperança de conseguir encontrar sua família após quase 41 anos.
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