Foi o pai de um menino, de 12 anos, quem descobriu que o filho estava amarrado à carteira escolar, dentro da sala de aula, em Vitória. Ele chegou para buscar o garoto, que é aluno do 6º ano, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Eunice Pereira da Silva, no bairro Tabuazeiro, por volta das 16h20.
O estudante foi amarrado durante o horário da aula pelo próprio professor que ministrava a aula, no dia 11 de junho. Porém, somente na terça-feira (15), a Polícia Civil tomou conhecimento do caso, assim como o Conselho Tutelar de Vitória, após a Secretaria Municipal de Educação encaminhar um ofício sobre os fatos.
"O pai chegou para pegar esse aluno e ela estava amarrada com fita adesiva. De imediato, houve uma reunião com a pedagoga escolar, pois a diretora não se fazia presente. O caso foi levado à Secretaria de Educação, onde os pais e também o professor foram ouvidos", contou a coordenadora do Conselho Tutelar da Região de Maruípe, Rosenita Pereira.
Ela conta que o professor confirmou que tomou a atitude extrema de forma impensada. "O professor relatou que perdeu a paciência, pois o aluno circulava muito dentro da sala de aula, estava extremamente agitado e atrapalhando as demais crianças", contou a conselheira.
O profissional trabalha há 14 anos na rede pública de ensino municipal e não possui registros de episódios semelhantes a esse. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação garantiu que uma equipe técnica esteve no colégio para apurar a denúncia e que "um processo administrativo disciplinar está sendo aberto para investigar o fato".
A administração da Capital ainda afirmou que "se solidariza com o estudante e a família" e que "repudia qualquer forma de violência". O professor foi afastado das funções imediatamente.
A prefeitura também enviou um ofício à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para a "devida investigação". O ofício chegou, mas o caso ainda está no início das apurações na esfera criminal, segundo informou o delegado Diego Aleluia, à frente da DPCA.
"Por ora, fizemos um encaminhamento para que a estudante passasse por uma consulta psiquiátrica para que possa ser avaliado se ela possui algum grau de hiperatividade não diagnosticada. De fato, além de uma violência institucional contra esse aluno, ainda houve uma violência pessoal gravíssima", completou Rosenita.
A reportagem de A Gazeta esteve na escola, mas foi informada de que somente a Secretaria de Educação de Vitória se posicionaria sobre o assunto. Também houve tentativa de falar com os pais do adolescente, mas não houve sucesso.
Após a publicação desta reportagem, a Prefeitura de Vitória informou que o estudante tem 12 anos. Em versão anterior da matéria, houve um erro nessa informação. O texto foi corrigido com a idade correta.
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