Uma professora de Biologia do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Santa Teresa, na Região Serrana, foi denunciada por pais de alunos por fazer fotos e vídeos sensuais em redes sociais, como o Instagram, e em plataformas de conteúdo adulto, como OnlyFans e Privacy. Rosana dos Reis Abrante leciona para alunos do 3º ano do ensino médio e em turmas do ensino superior. A docente compartilha as imagens abertamente. A instituição capixaba confirmou a denúncia e disse que está investigando o caso na Comissão de Ética.
A fonte de renda informal da professora tem gerado reclamações na instituição de ensino onde ela trabalha. Pais de alunos a denunciaram para a Comissão de Ética do Ifes, que afirmou, por meio de nota, estar analisando a situação.
"A Comissão de Ética Profissional do Servidor Público do Ifes teve conhecimento do caso a partir de denúncia recebida pelo sistema Fala.BR, que é o sistema de ouvidoria do governo federal. É papel do Ifes apurar todas as denúncias recebidas, seguindo os trâmites pertinentes", informou o instituto por meio de nota.
O Ifes disse ainda que a denúncia está na fase de procedimento preliminar e que não se trata de um processo administrativo que possa resultar em uma punição.
"Neste momento, busca-se apenas um esclarecimento dos fatos para a pessoa denunciante e para a instituição, o que não pressupõe nem que uma infração tenha sido cometida. Ao final desse procedimento, caso seja constatada uma infração ética, é proposto um acordo para que a pessoa denunciada faça ajustes em relação ao que for necessário. O processo corre em sigilo", completou a nota.
De acordo com a apuração do g1 ES, a decisão deve ser divulgada no dia 30 de junho.
Doutora em Biologia Animal pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Rosana disse ao g1 que dá aula na instituição há nove anos, após ser aprovada em um concurso público.
A professora, que tem um bom relacionamento com os alunos e colegas de trabalho, começou a fazer conteúdo adulto depois de ver que havia um nicho para isso no Brasil.
"Eu vi que alguns professores, fora do Brasil, faziam sucesso com esse tipo de conteúdo e pensei que haveria público para isso. Algumas pessoas têm fetiche em professores, em quem leciona. Pensei: 'ah, eu sou cientista'. Em agosto de 2022, eu decidi fazer um ensaio sensual com jaleco", disse.
Mãe de duas meninas de 10 e de 17 anos, antes de criar a página, em setembro de 2022, a professora decidiu avisá-las.
"Eu sei que essas coisas não adiantam esconder e eu não queria esconder pra ninguém. Por isso, resolvi conversar antes e expliquei que faria publicações mais provocantes, sensuais, com ar de mistério. Elas entenderam. Nunca reclamaram. Desde que a página começou, minhas filhas nunca relataram exclusão, bullying, nada", disse.
Apesar disso, de acordo com a docente, quando as publicações começaram, alguns colegas da instituição, incluindo outros professores de onde ela trabalha, alertaram sobre o assunto.
No entanto, no mês de maio, após ouvir boatos de que havia processos administrativos contra ela, a própria docente procurou a Comissão de Ética da instituição e soube das denúncias.
"Um dos processos foi instaurado pela própria Comissão de Ética do Ifes, que, em seguida, também recebeu uma denúncia de um pai de aluno. Acredito que o pai de aluno acha imoral, acha que a página perturba de alguma forma o filho dele ou se sente incomodado de uma pessoa, que faz conteúdo adulto, ensinar o filho dele", disse.
Com informações de Viviann Barcelos, do g1 ES
"A Comissão de Ética Profissional do Servidor Público do Ifes teve conhecimento do caso a partir de denúncia recebida pelo sistema Fala.BR, que é o sistema de ouvidoria do governo federal. É papel do Ifes apurar todas as denúncias recebidas, seguindo os trâmites pertinentes.
Neste caso, a denúncia está na fase de "procedimento preliminar" pela Comissão de Ética, conforme o Código de Ética Profissional do Servidor Público. Não se trata de um processo administrativo que possa resultar em uma punição. Neste momento, busca-se apenas um esclarecimento dos fatos para a pessoa denunciante e para a instituição, o que não pressupõe nem que uma infração tenha sido cometida.
Ao final desse procedimento, caso seja constatada uma infração ética, é proposto um acordo para que a pessoa denunciada faça ajustes em relação ao que for necessário. O processo corre em sigilo."
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