Seria bom se ninguém precisasse deste passo a passo, mas infelizmente furtos e roubos de celulares têm sido comuns e, cada vez mais, esses aparelhos têm concentrado as funcionalidades necessárias no dia a dia — o que aumenta os riscos a que se pode ficar exposto caso ele seja tomado de você.
São inúmeras fotos pessoais (quiçá íntimas), redes sociais já logadas passíveis de invasão e até contatos de familiares ou colegas de trabalho que podem ser enganados. Sem contar os aplicativos com cartão de crédito previamente cadastrado e aqueles dos próprios bancos, com informações da vítima.
Pensando em minimizar a dor de cabeça gerada a partir do momento em que o criminoso leva o seu smartphone, A Gazeta consultou o especialista em tecnologia Gilberto Sudré, que também é comentarista da CBN Vitória. Abaixo, as medidas que você deve tomar, por ordem de importância:
Informe a instituição bancária em que tem conta sobre o ocorrido. Desta forma, você evita que o ladrão faça transações no seu nome e impede mais prejuízos.
Entre em contato com a operadora da linha do celular para que o chip seja bloqueado. Com o IMEI (Identidade Internacional do Equipamento Móvel, na sigla em inglês) também é possível solicitar o bloqueio do aparelho.
Peça ao WhatsApp para bloquear a conta. Para isso, basta enviar um e-mail para [email protected] com a frase "Perdido/Roubado: Por favor, desative minha conta" no corpo da mensagem, junto ao telefone no formato internacional, que é composto pelo código do país, pelo DDD e pelo número. No caso de um da Grande Vitória seria: + 55 27 9 XXXX-XXX.
Mude as senhas de todos os aplicativos que tinha instalado no aparelho roubado ou furtado, por meio de um computador ou outro celular. De e-mail e redes sociais até apps como Uber, iFood, Spotify e Netflix. Ao fazer a alteração, um login com a nova senha será exigido em todos os dispositivos.
Faça um Boletim de Ocorrência (BO) junto à Polícia Civil. No Espírito Santo é possível fazer presencialmente ou por meio da internet, no site da Delegacia On-line. Se tiver o número do IMEI, informe-o para garantir que o aparelho seja bloqueado.
Uma possibilidade que pode susbstituir o item três do passo a passo é, em vez de solicitar o bloqueio do WhatsApp, instalar o aplicativo em outro aparelho. No entanto, para isso, é preciso ter um celular sem o app e outro chip com o mesmo número do telefone levado pelo criminoso.
Já a ideia de rastrear o aparelho, embora seja cogitada por muitos, costuma ser pouco eficaz, segundo Gilberto Sudré. "A primeira coisa que todo o criminoso faz é desligar o celular e tirar o chip. Talvez você consiga pelo Gmail, mas a recuperação por rastreamento é muito rara", diz o especialista.
O IMEI (International Mobile Equipment Identity) é uma sequência de números composta por 15 dígitos que funciona como um "chassi" para o telefone celular. Ou seja, cada um tem o seu. Por meio dele, a operadora consegue bloquear o aparelho, que fica inutilizável. Então, o conselho é sempre deixar anotado esse dado em um lugar seguro.
Para saber o IMEI do seu telefone, há três opções: olhar na nota fiscal, verificar na caixa do celular (costuma ficar próximo ao código de barras) ou abrir o teclado do celular, como se fosse fazer uma ligação, e digitar *#06#. O IMEI aparecerá na tela em seguida. No caso de celulares com dois chips, serão dois IMEIs.
Independentemente de já ter perdido um celular, vale a pena seguir algumas dicas simples de segurança para prevenir maiores dores de cabeça no futuro, caso você venha a ser vítima de um roubo ou furto. A primeira, que pode até parecer básica, é utilizar algum tipo de bloqueio no aparelho.
"A preferência é por uma senha alfanumérica ou PIN (Número de Identificação Pessoal, na sigla em inglês). A segunda é a biometria e, por último, a opção do desenho (padrão). Se o aparelho estiver bloqueado, a única alternativa do ladrão será resetá-lo e tudo que estiver dentro será apagado", explica Gilberto Sudré.
A segunda sugestão é para quem usa cartão de memória (SD). "No próprio celular é possível optar por criptografá-lo. Basta ir em 'configurações' e 'codificar o cartão' ou 'codificar armazenamento'. Dessa forma, quando o criminoso resetar o aparelho, o conteúdo dele não será mais acessível", esclarece Sudré.
Neste caso, o dono do celular só precisa se atentar ao fato de que, com o cartão criptografado, não será possível acessar os arquivos presentes nele em outro aparelho. "A opção para ler em um computador ou usar em outro celular, é descriptografar, usando a senha pedida no início", informa.
Para registrar furto ou roubo de celular no Espírito Santo, basta entrar no site da Delegacia On-line e clicar no botão vermelho 'Registre sua Ocorrência'. Em seguida, preencha os dados e siga o passo a passo. Após essa etapa, a vítima receberá um número de protocolo por e-mail com orientações para validar o boletim.
"Cada caso vai ser analisado pelo delegado responsável, e o cidadão será orientado se for necessário comparecer a uma unidade policial para anexar documentos ou provas à ocorrência. Ele também será informado se for uma situação em que não cabe investigação por parte da Polícia Civil", explica.
Para utilizar o serviço é necessário ter 18 anos de idade ou mais, um e-mail válido e acessar o site por um computador. "É importante lembrar que o computador pode ser rastreado e que a comunicação falsa é crime, conforme previsto no Artigo 340 do Código Penal Brasileiro", ressaltou a PC.
Para quem não tem acesso à tecnologia, todas as delegacias continuam com atendimento presencial, apesar da pandemia. "É importante que o registro seja feito para que a Polícia Civil tome ciência do caso e inicie as investigações. O 190 deve ser acionado em caso de crime em andamento", conclui.
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