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Paxlovid: remédio contra Covid chega às farmácias. Saiba quando ele é indicado

Paxlovid: remédio contra Covid chega às farmácias. Saiba quando ele é indicado

Entenda quem pode usar o medicamento, que já é utilizado pelo SUS para tratamento da Covid-19, como adquiri-lo e cuidados ao usá-lo

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 18:49

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Eduarda Moro
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a venda do Paxlovid, medicamento utilizado no tratamento da Covid-19, em farmácias e hospitais particulares do país. A aprovação foi definida por unanimidade pela diretoria colegiada da agência na última segunda-feira (21).

Esse remédio foi o primeiro incluído no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes de casos leves e moderados com alto risco de complicações. Ele promete diminuir as chances de internações e mortes para quem se infectar com o coronavírus. 

“Nós estávamos aguardando essa medicação há muito tempo, embora já estivesse sendo administrado em pacientes do SUS. Se usado nos primeiros dias, de preferência nos três primeiros com sintomas, o remédio reduz o risco de hospitalização em 80%”, disse o médico infectologista Lauro Ferreira Pinto. A autorização prevê ainda que o fabricante mantenha e priorize o abastecimento da rede pública de saúde.

Paxlovid: remédio contra Covid chega às farmácias. Saiba quando ele é indicado

A decisão aprovou a rotulagem e a bula em português de Portugal e em espanhol. Os diretores da agência também ampliaram a validade do medicamento de 12 meses para 18 meses.

Paxlovid, remédio contra a Covid desenvolvido pela Pfizer, foi autorizado a ser usado emergencialmente no Brasil
Paxlovid, remédio contra a Covid desenvolvido pela Pfizer, foi autorizado a ser usado emergencialmente no Brasil. (Pfizer/Divulgação)

Além disso, também definiu que a venda em farmácias deve ser feita somente sob prescrição médica, sempre orientada por um farmacêutico sobre o uso correto do medicamento.

O Paxlovid deve ser administrado, assim que possível, após o resultado positivo do teste para o Sars-CoV-2 e avaliação médica, no prazo de cinco dias após o início dos sintomas. Vale deixar claro que não é possível adquirir o remédio somente com a apresentação do resultado da testagem.

O farmacêutico Daniel do Rosário, membro do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Espírito Santo (CRF-ES), alerta que o Paxlovid não é para o uso profilático, ou seja, o remédio não evita que uma pessoa se infecte com o vírus, mas atua como antiviral para quem apresenta sintomas leves e moderados da doença. 

De acordo com o farmacêutico, por esse motivo, permanece a recomendação do uso de máscara de proteção facial em lugares fechados e a atualização do cartão de vacinação contra a Covid-19.

Esses tipos de medicamentos funcionam freando a multiplicação do vírus dentro do organismo. No caso específico do Paxlovid, ele age em áreas específicas do coronavírus, inibindo, assim, a enzima responsável pela replicação viral. 

O tratamento é feito a partir da composição dos comprimidos nirmatrelvir e ritonavir, que são embalados e ingeridos juntos. A posologia recomendada é de 300 mg de nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um comprimido de 100 mg), via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias.

O infectologista destaca ainda que, embora não seja um medicamento barato, o Paxlovid é indicado para as pessoas de mais idade. "Isso porque o benefício pode ser maior para quem tem mais risco de gravidade da Covid-19, ou seja, aqueles com maior probabilidade de ter comorbidades e serem imunossuprimidos e imunossupressores", explica.

CUIDADOS NA MEDICAÇÃO

O uso do medicamento não está autorizado para crianças e para pacientes que precisam de hospitalização devido às manifestações críticas da Covid-19.

Além disso, como ainda não há dados concretos sobre o uso do Paxlovid em mulheres grávidas, é pedido que o remédio seja evitado durante a gestação. Acredita-se que o medicamento pode causar mudanças na formação do feto.

O Paxlovid também não é recomendado para pacientes com insuficiência ou falha renal grave ou para aqueles que possuem doenças hepáticas graves. 

Já para as pessoas de mais de 60 anos, não existe uma restrição, mas é altamente recomendado pelo especialista em Farmácia que  essas pessoas façam uma avaliação criteriosa quanto às doenças anteriormente citadas para evitar complicações causadas pelo remédio. 

Do Rosário também chama a atenção para os eventuais efeitos colaterais que o Paxlovid pode causar no paciente, como episódios de vômito, diminuição do paladar, diarreia, pressão alta e dores musculares. Apesar disso, na avaliação dele, vale a pena procurar um médico para fazer o tratamento com esse medicamento: “Os benefícios superam os possíveis danos, e esse remédio apresenta bom custo-benefício e tratamento rápido”.

Em caso de coadministração de outros remédios para condições de saúde mais graves, é recomendável conversar com um farmacêutico para avaliar o ajuste e o intervalo entre eles, dado que pode haver interações medicamentosas que potencializam esses efeitos. “É necessário atenção do médico quando for prescrever para os idosos que já usam vários remédios. Alguns deles não podem ser usados com essa medicação”, reforça também o médico.

*Eduarda Moro é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão das editoras Mikaella Campos e Fernanda Dalmacio.

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