Pela primeira vez na história, o município de Vitória registra um mês com mais óbitos do que nascimentos, justamente no mês mais letal de toda a pandemia do coronavírus no Estado. Com cerca de 385 mil de habitantes, a capital de Espírito Santo observou, no período que se estende entre o primeiro dia de abril até esta sexta-feira (30), 455 mortes e 396 nascimentos, o que representa 59 óbitos a mais do que nascidos vivos. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Uma vez que mais registros do mês ainda podem ser lançados, os dados até este momento são preliminares e constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o presidente da Arpen, Gustavo Renato Fiscarelli, com o acesso aos dados em tempo real é possível que sejam tomadas medidas. "A possibilidade do Portal dos Cartórios de Registro Civil fornecer estatísticas em tempo real permite que tenhamos uma dimensão exata do que está acontecendo em nosso país e que possam ser tomadas as ações pelo Poder Público, principalmente nos locais onde a pandemia se mostra mais grave no momento", destacou
Apesar dos dados da Capital, o Estado do Espírito Santo, como um todo, registrou no mês de abril 4.125 nascimentos e 3.814 óbitos, ou seja, 311 nascimentos a mais do que mortes.
No país, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes tem até esta sexta-feira (30) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em dois dos quatro Estados que compõem a região: São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que o Estado paulista registrou também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seu território desde o início da série histórica.
Entre as capitais brasileiras, nove viram os óbitos superarem o número de nascidos vivos, sendo que em três delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Vitória (ES). As outras seis, Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG), já tinham registrado este fenômeno em meses anteriores.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta