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Pescador que sobreviveu a naufrágio em Aracruz: “Pensei que ia morrer"

Pescador que sobreviveu a naufrágio em Aracruz: “Pensei que ia morrer"

Barco com três pescadores colidiu contra um navio e afundou em Santa Cruz na terça-feira (28). Dois foram resgatados e a Marinha faz buscas ao terceiro tripulante

Publicado em 30 de setembro de 2021 às 19:56

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Pescador Arlei Lacerda de Freitas, um dos sobreviventes do naufrágio do barco pesqueiro, em Aracruz.
O pescador Arlei Lacerda de Freitas, um dos sobreviventes do naufrágio debarco pesqueiro em Aracruz. (Heber Thomaz)

"Pensei que ia morrer”. A frase foi dita por Arlei Lacerda de Freitas, um dos dois pescadores resgatados do naufrágio de um barco de pesca, que afundou após colisão com um navio, na tarde da última terça-feira (28) em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. Na embarcação haviam três tripulantes, mas o terceiro ainda está desaparecido. 

O barco naufragou em Santa Cruz. Testemunhas relataram à reportagem da TV Gazeta que os três pescadores estavam na embarcação — que estava ancorada — esperando anoitecer para começarem o trabalho de pesca de camarões quando a outra embarcação teria colidido contra o pesqueiro, que afundou em seguida.

O pescador desaparecido foi identificado como Alex, conhecido pelo apelido de “Bodão”. Um dos pescadores não teve o nome informado e Arlei Lacerda de Freitas relatou à repórter Paula Brazão, da TV Gazeta Norte, os momentos de aflição que viveu até ser resgatado. Ele disse que  se protegeu na casaria do barco, com o Alex, enquanto a embarcação virava.

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Foi tudo muito rápido. Eu fiquei dentro da casaria, rodando com o barco. O outro tripulante pulou na água. Ficamos eu e o menino que está desaparecido (Alex). Pensei que ia morrer. Só pedi para Deus me colocar em um bom lugar

Arlei Lacerda de Freitas
Pescador resgatado
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Escoriações pelo corpo do pescador Arlei Lacerda de Freitas.
Arlei mostra escoriações que sofreu no corpo enquanto tentava se salvar do naufrágio . (Heber Thomaz)

Apesar de ter sofrido algumas escoriações no corpo, Arlei não teve ferimentos graves. Ele disse que, desde o naufrágio, só vive com a roupa do corpo. Todos os seus pertences — roupas e documentos — estavam no barco. “O que sobrou foi a minha vida. Fora isso, perdi tudo. Tudo o que eu tinha estava naquele barco”, afirmou.

O dono do barco, Adenildo Machado, explicou que os três pescadores trabalhavam em parceria com ele na venda da produção dos pescados. Ele lamenta a tragédia que aconteceu com os companheiros. “Minha embarcação é uma vida trabalhada. Mas o importante é a vida do nosso companheiro pescador. Ele tem família, é pai”, lamentou.

O pescador Arlei também espera que Alex “Bodão” seja encontrado com vida. “Ele é uma pessoa muito boa, sempre foi um bom amigo”, disse.

Barco naufragado no litoral de Santa Cruz, em Aracruz.
Barco naufragado no litoral de Santa Cruz, em Aracruz. (TV Gazeta Norte)

O QUE DIZ A MARINHA

Segundo a Marinha do Brasil, a Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES) tomou conhecimento do acidente envolvendo a embarcação de pesca “Novo Horizonte VIII”, ocorrido a cerca de 22 km (12 milhas náuticas) do Porto de Barra do Riacho e deslocou equipes para realizarem buscas ao desaparecido. Além disso, o Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer) deu apoio, realizando sobrevoo na área.

A Marinha informou que os outros dois tripulantes foram resgatados por barcos pesqueiros que estavam próximos ao local, e disse que foi emitido Aviso aos Navegantes, dando ampla divulgação por rádio, para alertar e solicitar apoio a todas as embarcações que navegam nas proximidades.

"As causas e responsabilidades do acidente, sob o ponto de vista da Autoridade Marítima, serão apuradas no Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) conduzido pela CPES. Concluído o inquérito e cumpridas as formalidades legais, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação e dará vista à Procuradoria Especial da Marinha, para que adote as medidas previstas", disse a nota.

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