Os acessos à Ciclovia da Vida Detinha Son, na Enseada do Suá, em Vitória, inaugurada no último domingo (27), tem servido de abrigo para pessoas em situação de rua. Na manhã desta quinta-feira (31), a reportagem de A Gazeta esteve no local e constatou diversas pessoas vivendo embaixo da Terceira Ponte.
Nas imagens registradas pelo repórter-fotográfico Ricardo Medeiros, de A Gazeta, é possível ver a estrutura metálica da ciclovia sendo usada como apoio para as moradias improvisadas com lonas e panos, protegendo colchões e pertences pessoais, e mantendo um pouco de privacidade para as pessoas que ali residem.
Como o espaço abaixo da Terceira Ponte é de responsabilidade da Prefeitura de Vitória, a reportagem de A Gazeta procurou o Executivo municipal para saber sobre o apoio prestado pelo município às pessoas em situação de rua no local.
Em nota, a prefeitura afirmou que a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) ampliou para 195 a quantidade de vagas para abrigamento desse público. "Nesta gestão, foi entregue o Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias em situação de rua - Abrigo 1, um trabalho integrado e humanizado que permitiu que muitas pessoas superassem a situação de rua e alcançassem novas perspectivas de vida", destacou.
Segundo a pasta, o espaço coleciona histórias de garantia de direitos básicos e superação, protagonismo, reinserção comunitária, acesso ao emprego e geração de renda. "Prova disso é a aprovação de 14 assistidos no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)", evidenciou.
A pasta informou ainda que mais de 840 pessoas já passaram pelo espaço, onde tiveram acesso a vários direitos: atendimento inicial; acolhimento, que proporciona kit completo de higiene, cama, comida e roupa lavada; elaboração do plano individualizado de atendimento (PIA), feito pela equipe multidisciplinar; atividades esportivas; socioeducativas; escolarização (EJA) e encaminhamentos para rede e serviços do município de Vitória. O abrigo abriu as portas no dia 13 de julho de 2021.
A Semas ressaltou que realiza atendimento às pessoas em situação de rua por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas). Também conta com uma rede composta por sete acolhimentos institucionais, um deles criado na gestão atual, e um Centro Pop.
A Semas esclareceu que o trabalho faz parte de uma política pública de assistência social. Ao Seas compete a oferta, de forma continuada e programada, de trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, entre outras situações de violações. Nesse sentido, está à disposição para atender às demandas que são correlatas às atribuições.
Salientou, no entanto, que a saída das ruas é um processo que pode ser lento e demanda investimento diário da equipe de referência do Seas. Dessa forma, o trabalho não consiste em realizar a retirada compulsória de pessoas em situação de rua, mas utilizando o diálogo e a reflexão por meio de um processo socioeducativo que possibilite a construção/reconstrução de projetos de vida que contribuam para a superação da situação de rua.
Os acessos da Ciclovia da Vida Detinha Son, instalada na Terceira Ponte, vão contar com segurança particular nos dois primeiros meses de operação. A informação foi dada pelo governador Renato Casagrande (PSB), na manhã desta quinta-feira (31), em entrevista para A Gazeta.
"Está no contrato da empresa que fez a obra. Por dois meses, eles (seguranças) foram contratados para poder prestar esse serviço para nós até a gente decidir, efetivamente, como que vai fazer com relação a esse controle de acesso", afirmou.
A reportagem de A Gazeta constatou agentes de uma empresa privada de segurança em ambos os lados da Ciclovia da Vida, em Vitória, monitorando o fluxo de ciclistas.
A fala de Casagrande foi feita durante a manhã, após a travessia dele pela ciclovia, entre a residência oficial, em Vila Velha, e Vitória.
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