Nas últimas semanas, casos de picada de escorpião ganharam repercussão no Espírito Santo. A menina Esther Castro de Jesus, de 4 anos, chegou a ficar 10 dias internada após ser picada enquanto brincava na casa da avó, em Linhares. Já o menino Davi Matos Rebonato, de 1 ano, também vítima de picada de escorpião, não resistiu e faleceu em Pedro Canário. Para auxiliar em ocorrências com animais peçonhentos, A Gazeta preparou um material com orientações de autoridades.
Segundo o médico do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), Nixon Souza Sesse, a primeira coisa a se fazer ao ser picado por algum animal peçonhento, como escorpião, cobra ou aranha, é lavar o local com água e sabão.
Em caso de cobra, além disso, deve-se colocar o membro elevado e em repouso. Tudo isso antes ou durante o encaminhamento ao serviço de saúde mais próximo.
"Que seja o Pronto Atendimento, o pronto-socorro do hospital, ele vai ser a porta de entrada para avaliação do paciente por um profissional de saúde e até mesmo por um médico", diz.
Dependendo da gravidade do acidente, o paciente pode ser submetido, ou não, ao tratamento com soro, destinado ao veneno específico de cada animal. Essa gravidade e o tratamento são definidos durante o atendimento.
O acidente leve pode até ter dor importante, formigamento no local da picada, mas não tem manifestações clínicas de gravidade, que seriam vômitos, suor excessivo, alteração de respiração e de pressão arterial. Ele só tem o efeito do veneno no local da picada. Nos casos moderados e graves, onde o veneno entra no sangue, aí precisa de soro, avalia.
Para um primeiro atendimento e esclarecimento de dúvidas em caso de acidentes, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) possui um telefone disponível 24 horas para orientação de como a vítima deve proceder. No número 0800 283 9904, profissionais estão a postos para dar as primeiras instruções e encaminhar para o serviço de saúde mais próximo.
Em caso de atendimento a acidentes moderados ou graves, em que se precisar do tratamento com soro, o CIATox disponibiliza uma lista dos locais que possuem a medicação. Confira no documento abaixo:
Além das instruções do que fazer, o médico deu orientações do que não fazer em caso de picada de animais peçonhentos. Muitas delas, de condutas do mito popular, que acabam, na verdade, prejudicando o posterior tratamento do paciente.
"A gente precisa desmistificar essas ações. Como, por exemplo, fazer garrote ou torniquete, que é o processo de amarrar o membro que foi picada para supostamente evitar a circulação do sangue. Isso é proibido. Não pode sugar o local da picada para supostamente retirar o veneno. Não pode dar bebida alcoólica para o paciente, como se fosse fazer o controle da dor. Tudo isso atrapalha muito o risco de complicação. Atrapalha muito a avaliação clínica do paciente quando chega no serviço de saúde", alerta.
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