Usando apenas um pincel, a artista Paloma Barbosa Correa, de 22 anos, tem eternizado várias histórias de amor entre pets de estimação e seus tutores. Moradora de Ibitirama, município na Região do Caparaó capixaba, ela conquistou o país com pinturas hiper-realistas de cachorros e gatos, feitas diretamente na madeira.
Apelidadas de "bolachas", as obras chamam atenção pela riqueza de detalhes. Parecidas com uma fotografia, elas são desenvolvidas à mão, tendo como referência imagens enviadas pelos próprios donos. Entre alguns dos bichinhos que já foram retratados, por exemplo, estão poodles, vira-latas e buldogues. As vendas acontecem sempre sob encomenda, via e-commerce.
Por conta de toda essa habilidade (e também pela fofurice!), a artista começou a fazer sucesso nas redes sociais. Atualmente, ela tem quase 22 mil seguidores no Instagram, onde posta vídeos e fotos dos trabalhos. Apenas os seus vídeos, inclusive, já ultrapassam as 300 mil visualizações.
Os valores das obras variam entre R$ 490 e R$ 600, a depender do grau de complexidade do desenho e do tamanho da peça de madeira (pequena, média ou grande).
"Fui observando como o meu público se comportava, e percebi que as pessoas gostavam de ver o processo de criação das bolachas. Passei a criar muitos vídeos mostrando esses bastidores. Vários influenciadores também encomendaram e compartilharam nos perfis deles, aumentando minha visibilidade", destaca.
Autodidata, a jovem começou a pintar profissionalmente em 2020, logo que surgiu a pandemia do novo coronavírus no Estado. Ela havia se formado em Ciências Biológicas um ano antes, mas estava com dificuldades de encontrar oportunidades na área. Por isso, resolveu transformar o desenho, que era um hobbie antigo, em fonte de renda.
"Comecei a fazer pinturas de pets porque é um nicho que as pessoas gostam muito. Antes, fazia somente paisagens. A cada nova encomenda, eu ia me aprimorando mais na técnica realista (semelhante a uma fotografia). Aprendi tudo sozinha, vendo fotos na internet e estudando", conta.
Em pouco mais de um ano, Paloma conta que já produziu 200 peças, cujos destinos foram Mato Grosso, São Paulo, Ceará, entre outros Estados. Aliás, o sucesso dela é tão grande que a artista só tem vagas para novas encomendas a partir do mês de julho!
"Se alguém me dissesse que tudo isso aconteceria na minha vida, eu acharia surreal. Eu não esperava todo esse reconhecimento. Fico muito realizada e satisfeita por poder trabalhar com algo tão bom e tão significativo na vida das pessoas", reforça.
Uma das partes mais importantes do processo criativo de Paloma, como ela explica, é conseguir a madeira que servirá como "tela" para a ilustração. Segundo a artesã, todos os blocos são reutilizados. "Não é feito nenhum desmatamento para realizar as pinturas. As madeiras que uso normalmente foram arrancadas pela chuva ou pelo vento. Vamos garimpando (até encontrar)", diz.
Nas redes sociais, a pintora ainda faz questão de compartilhares detalhes sobre a vida dos pets. De acordo com Paloma, a maioria dos tutores traz relatos de luto, amor e de companheirismo por anos. Além dos animais mais tradicionais, ela conta que também já recebeu encomendas para ilustrar bichinhos "inusitados", como cavalos, galinhas e hamsters.
"São histórias muito bonitas [...] Geralmente, alguns já estão muito velhinhos e os donos/tutores querem homenagear. Outros também faleceram e (os donos) querem eternizar na pintura. Em outros casos, os pets sofreram maus-tratos e os donos agora dão e recebem muito carinho", salienta.
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