Desde que o projeto de expansão da Terceira Ponte foi anunciado, muitos questionamentos surgiram sobre a largura que cada faixa terá, visto que as quatro existentes desde a inauguração da via, em 1989, se transformaram em seis. Mas será que as novas pistas são mais estreitas que as de outras pontes?
As respostas para as dúvidas foram obtidas em um levantamento feito pela Prefeitura de Vitória a pedido de A Gazeta. Os dados mostram que a Terceira Ponte terá a pista mais estreita das pontes de Vitória, a menor faixa de ônibus e tabuleiro inferior que os de estruturas semelhantes.
Pelo projeto da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), as quatro faixas existentes na Terceira Ponte, cada uma com 3,5 metros, vão se transformar em seis de diferentes dimensões: a mais próxima da mureta central com 3,0 metros, a do meio com 2,8 metros e a destinada a ônibus, motos e veículos de emergência com 3,10 metros.
Confira os dados de cada ponte no infográfico abaixo:
Ao contar com uma faixa de 2,8 metros, a Terceira Ponte passa a ter a pista mais estreita de todas as pontes de Vitória. No caso das pontes da Passagem e de Camburi, ambas com seis pistas, as larguras variam de 3 metros a 3,60 metros e de 3,30 metros a 3,70 metros, respectivamente.
Em outras pontes, com uma ou duas faixas por sentido, as dimensões também são mais confortáveis para os motoristas. Na Ayrton Senna, as duas pistas sentido bairro Praia do Canto têm 3,3 metros cada. No sentido Jardim da Penha, uma tem 3,5 e outra 3,2.
Na Florentino Avidos, conhecida como Cinco Pontes, a pista sentido Vila Velha tem 3,3 metros, e a sentido Centro de Vitória tem 3,4. Na Segunda Ponte, todas as quatro faixas têm 3,4 metros cada uma.
Em relação à pista destinada a ônibus, a da Terceira Ponte também é a mais estreita entre as demais estruturas elevadas da cidade. Na via que liga a Capital a Vila Velha, a pista tem 3,10 metros. Em todas as outras pontes, as larguras das faixas por onde os coletivos passam variam de 3,2 a 3,5 metros.
Já ao incluir avenidas no levantamento e não só as pontes, os dados da Prefeitura de Vitória mostram que outras vias da Capital são ainda mais estreitas. É o caso da Avenida Nossa Senhora da Penha (Reta da Penha), que tem uma faixa com 2,4 metros e outra com 2,5 metros.
Ao comparar a dimensão que todas as faixas ocupam, a da Terceira Ponte também é mais estreita que a de outras pontes com seis pistas.
Na Terceira Ponte, o tabuleiro todo, incluindo as pistas e a largura das muretas, tinha 18,3 metros e passou para 19,5 metros. Esse aumento foi possível porque novas muretas laterais foram construídas por fora das antigas, fazendo com que a estrutura ganhasse mais 60 centímetros de cada lado.
No somatório apenas das pistas, as seis faixas da Terceira Ponte chegam a 17,8 metros. É um número inferior ao tabuleiro de outras pontes, como a da de Camburi (28,1 metros) e a da Passagem (19,2 metros).
Durante uma live realizada por A Gazeta no último dia 15, para tirar dúvidas de leitores sobre as mudanças na Terceira Ponte, o secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fabio Damasceno, afirmou que a ponte não suporta um alargamento superior ao que foi feito, devido ao seu limite estrutural.
"Cabe essa largura dentro do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)? Cabe. Existe legislação? Existe. Estamos compatíveis? Estamos, e acima do limite mínimo de faixas. Isso é praticado? No Brasil todo, inclusive em Vitória. A curva da Cezar Hilal, em Bento Ferreira, é inferior. A Reta da Penha, perto da Maruípe, é inferior; a Avenida Vitória tem trechos assim; a Rodovia das Paneleiras tem trechos de 3,10; a Ponte Rio-Niterói. Em São Paulo, tem na 23 de Maio, enfim, é normal", afirmou.
"Isso, no conceito de engenharia de tráfego, chama-se MOV, Máxima Otimização da Via. São três faixas que a gente chama de estreitas, mas são normais de qualquer trânsito", completou.
O secretário observou que, mesmo em vias estreitas da Grande Vitória e de outros Estados, motociclistas continuam fazendo "corredor", trafegando entre as pistas. Na Terceira Ponte, a decisão do governo estadual foi a de determinar que os condutores de motos trafeguem na mesma via destinadas a ônibus.
"Nós achamos mais saudável e prudente tirar do corredor, é melhor. Nós temos uma quantidade menor de ônibus na ponte, temos veículos pesados, mas não são muitos, veículos de serviço, táxi e vamos deslocar as motos. A gente separa eles e deixa duas faixas livres para o automóvel", pontuou.
A versão anterior do texto e do infográfico mostrava que a faixa de 2,8 metros ficava ao lado da mureta central, mas ela fica no meio. A informação foi corrigida.
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