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PM suspeito: polícia fará reconstituição do assassinato de músico no ES

PM suspeito: polícia fará reconstituição do assassinato de músico no ES

Homicídio aconteceu na madrugada do dia 17 de abril em um condomínio de Jardim Camburi, Vitória. Músico levou um tiro no ombro que atravessou o peito. Suspeito pelo crime é um PM

Publicado em 29 de abril de 2023 às 10:18

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Polícia Civil do Espírito Santo vai fazer a reconstituição do assassinato do músico Guilherme Rocha, de 37 anos, morto com um tiro no ombro e que atravessou o peito dado pelo soldado da Polícia Militar, Lucas Torrezani, de 28 anos, dentro de um condomínio em Jardim Camburi, Vitória. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Cavalcanti, responsável pela investigação e titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória.

O crime aconteceu no dia 17 de abril. À repórter da TV Gazeta, Daniela Carla, e do site G1, o delegado informou que uma grande área ao redor do local do assassinato será isolada durante a reconstituição, que ainda não tem data para acontecer.

Não foi informado se a área de isolamento vai compreender apenas o condomínio ou ruas nos arredores do edifício. As investigações seguem em andamento, inclusive, para apurar o envolvimento de um amigo do policial militar que aparece em um vídeo de câmeras de segurança com ele e empurra o músico antes do assassinato.

Músico Guilherme Rocha, de 37 anos, morto por PM em Vitória
Músico Guilherme Rocha, de 37 anos, morto por PM em Vitória. (Redes Sociais)

O delegado Marcelo Cavalcanti disse em 18 de abril que vai pedir a prorrogação da prisão temporária do policial militar por mais 30 dias.

“É um crime complexo. Pelas imagens fica claro que a vítima foi executada. Esses fatos todos estão sendo investigados, a conduta dele, dos amigos, a conduta administrativa dele. A investigação está apenas no começo. Estamos agindo rapidamente para dar essa resposta a sociedade”, disse o delegado na ocasião.

Até a publicação desta reportagem, a reportagem não havia obtido contato do PM e de sua defesa.

Sobre o fato de o PM ter sido, inicialmente, liberado pelo delegado de plantão da Delegacia Regional de Vitória , o chefe da DHPP de Vitória, disse que delegado plantonista liberou o militar porque trabalhou apenas com as informações que foram levadas para ele, no caso, a versão do autor, mas seguiu com as investigações.

“A gente trabalha para investigar e prender qualquer acusado de crime desde que tenham elementos que concretizem essa autuação. Se tinha alguma dúvida inicialmente, ela caiu durante o dia. As imagens de videomonitoramento foram determinantes”.

E acrescentou: “É temerário que uma autoridade policial em plantão autue uma pessoa sem que tenha elementos. Ele [o delegado] determinou diligências que foram cumpridas durante o dia e, ao final, o próprio delegado com essas informações representou pela prisão temporária”, disse o delegado Marcelo Cavalcanti, na ocasião.

Lucas Torrezani de Oliveira é suspeito de matar o vizinho Guilherme Rocha, de 37 anos
Lucas Torrezani de Oliveira, PM suspeito de matar vizinho em Vitória. (Redes Sociais)

Após ser liberado, o PM se entregou à polícia acompanhado de um advogado, mas se reservou ao direito de ficar calado. A defesa do policial também solicitou acesso aos elementos que estavam nos autos.

O delegado disse ainda que, ao final das investigações, os envolvidos serão indiciados e o inquérito será apresentado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que poderá oferecer denúncia à Justiça.

Odor etílico

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, no dia do crime Lucas Torrezani estava com bebida alcoólica e apresentava “odor etílico ao falar”.

Ainda de acordo com o documento da corporação, militares foram acionados por volta de 3h pela síndica de um condomínio na Avenida Augusto Emílio Estelita Lins. Quando chegaram ao local, o militar estava com a arma nas mãos e Guilherme caído no chão.

O PM contou aos policiais que estava bebendo com amigos perto da entrada do Bloco 1, quando a vítima teria o atacado e tentado desarmá-lo. O militar disse que reagiu e atirou uma vez com sua pistola .40 no vizinho. O tiro atingiu o ombro esquerdo da vítima e atravessou o peito do homem, e ainda atingiu um carro que estava próximo.

De acordo com o site da Transparência do governo estadual, o militar que matou o vizinho entrou na Polícia Militar em 2020.

Condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho
Condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho. (Caíque Verli)

Crime flagrado por câmeras

Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil (veja o vídeo acima) é possível ver que Guilherme passa por uma porta e para na frente de Lucas com as mãos viradas para trás. Neste momento, é possível ver que Lucas tira uma arma da cintura. Um rapaz que estava sentado se levanta e fica ao lado de Lucas, os dois de frente para Guilherme.

As imagens mostram ainda que Lucas bateu com a arma em direção ao rosto de Guilherme, momento em que Guilherme parece tentar segurar a arma e é empurrado pelo rapaz que estava em pé ao lado de Lucas.

Logo em seguida, Guilherme já aparece cambaleando, em direção a parede e cai no chão. Lucas se aproxima dele com a arma, olha para Guilherme caído e toma mais um gole da bebida que estava no copo enquanto assiste à vítima morrer.

Com informações do g1 ES

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