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Pobreza avança no ES e já alcança 1 em cada 4 capixabas

Pobreza avança no ES e já alcança 1 em cada 4 capixabas

Número de pessoas abaixo da linha da pobreza ultrapassou a marca de 1 milhão no Espírito Santo, segundo informações da Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua (Pnad) e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)

Publicado em 14 de julho de 2022 às 13:51

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O número de pobres no Espírito Santo cresceu 40% entre 2020 e 2021 segundo informações da Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua (Pnad), compiladas e analisadas pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). No ano passado, a pesquisa estimou que havia 1,079 milhão de pobres no Estado, cerca de um a cada quatro capixabas.

No ano anterior, a proporção de pobres na população total era de 18,7%, o que representa 767 mil pessoas.

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Número de pobres e extremamente pobres disparou no Espírito Santo entre 2020 e 2021. (Fernando Madeira)

O Instituto considera pobre as famílias com renda de até R$ 486,70 por mês por pessoa. Já a linha da extrema pobreza é fixada em R$ 168,13 mensais por pessoa.

Esses dados mostram que, considerando a mesma linha da pobreza, cerca de 311 mil pessoas passaram a integrar essa faixa em um ano, no Espírito Santo.

O presidente da autarquia, Daniel Cerqueira, argumenta que, embora o número de pobres e de extremamente pobres tenha crescido no Estado, o aumento segue uma tendência nacional.

"A situação do Espírito Santo segue a reboque da situação do Brasil. Vivemos um período muito dramático nos últimos anos, com desemprego, baixo crescimento da renda, alta da inflação, sobretudo nos itens mais básicos. E tudo isso corroeu enormemente o poder de compra das pessoas", esclarece.

Por esse motivo, ele afirma que o Estado se manteve na mesma posição no ranking da pobreza entre as unidades da Federação.

"Basicamente, quando se compara o Espírito Santo com o Brasil, a gente vê que o ES era a 11ª unidade federativa com menos pobres e continua isso, manteve esse ranking em relação aos outros Estados do Brasil."

Cerqueira salienta ainda que a linha da pobreza utilizada nos cálculos do Instituto Jones é a mesma reproduzida pelo IBGE e pelo Banco Mundial. Ela é, porém, mais alta do que aquela utilizada pelo governo federal para medir a pobreza. 

"Existem várias linhas de pobreza. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) tem uma, o Banco Mundial calcula outra. O IBGE hoje usa a do Banco Mundial, que considera pobre quem ganha menos de US$ 5,50 por dia e extremamente pobre quem ganha menos de US$  1,90. Traduzido para o poder de compra e deflacionando, é essa conta que a gente faz no Brasil e no Espírito Santo. Portanto o número de pobres e extremamente pobres que a gente traz é bem maior do que aquele que o governo federal utiliza", explica.

EXTREMA POBREZA DÁ SALTO

A proporção de extremamente pobres no Espírito Santo também teve um salto entre 2020 e 2021: passou de 2,8% da população para 6,7%. No ano passado, segundo o Instituto, havia 274.605 capixabas nessa faixa. O aumento em relação ao ano anterior foi de 76%.

Em nota técnica, os pesquisadores do instituto afirmam que, além dos fatores conjunturais (como inflação e pandemia), não houve comando do governo federal para mitigar os impactos da crise.

"[...] Assistimos ao descumprimento dos pactos federativos e a constante falta de investimento da união em políticas sociais de forma continuada que impede os estados e municípios brasileiros de manterem serviços essenciais para o acompanhamento dessas famílias", diz o documento.

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