A Polícia Civil capixaba abriu procedimento para investigar publicações nas redes sociais que expuseram o nome da menina de 10 anos que ficou grávida após sofrer abusos sexuais, além do endereço do hospital em que ela foi internada. O caso vai ser apurado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
No dia 7 de agosto, a criança foi levada para o Hospital Alberto Silvares, em São Mateus, reclamando de dores na barriga. Ao examiná-la, o médico de plantão descobriu que a menina estava grávida.
A Delegacia de Proteção e Criança e ao Adolescente abriu um inquérito e indiciou o tio da menina, de 33 anos, pelo crime de estupro de vulnerável. Visando garantir o direito de interrupção da gestação decorrente de um estupro, a Justiça decidiu a favor da retirada do feto.
Durante o final de semana, publicações nas redes sociais tornaram públicos dados sobre a criança que teve, então, a privacidade e a dignidade violadas, mais uma vez. Grupos religiosos chegaram a ir para a frente do hospital protestar contra o aborto legal.
Na tarde de ontem, a Justiça removeu vídeo publicado pela extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, no qual ela expunha informações sobre a menina. A empresa afirmou à reportagem que a publicação infringia suas políticas e colocava pessoas em risco.
No domingo (16), a Justiça do Espírito Santo determinou que Twitter, Facebook e YouTube (Google Brasil) retirassem do ar em até 24 horas publicações que contivessem informações sobre a menina.
A decisão liminar foi tomada após ação civil pública protocolada pela Defensoria Pública do Espírito Santo, que indicou os links que considerou que colocavam em risco a menina e sua família.
Por nota, a Polícia Civil informou que "instaurou um procedimento para apurar as publicações feitas nas redes sociais que expuseram o nome da vítima e o hospital onde ela foi internada". No entanto, nenhum outro detalhe será repassado no momento.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) instaurou um procedimento para investigar possíveis vazamentos de informações sobre a menina de 10 anos. Todas as informações relativas ao caso são sigilosas.
Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (17), o MPES também garantiu que está tomando todas as medidas para preservar e proteger a intimidade da criança, sob pena de responsabilização e que atua desde o início do caso, visando à proteção, à saúde e ao resguardo dos direitos da vítima.
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