A Polícia Civil já identificou quem pode ter desligado o relógio da sede de vacinação em Rio Bananal, no Norte do Espírito Santo. Os policiais analisaram imagens de imóveis vizinhos e ouviram algumas testemunhas ainda nesta quinta-feira (18). A situação comprometeu todas as doses da vacina contra a Covid-19, além de outros imunizantes, testes e medicamentos.
O delegado Fabrício Lucindo, responsável pelas investigações, destacou que acredita que a pessoa fez o ato propositalmente. O delegado afirmou ainda que a equipe deve analisar mais algumas imagens e se posicionar sobre o caso na manhã desta sexta-feira (19). O delegado não deu detalhes do suspeito.
Com a interrupção da energia e a refrigeração inadequada, o município pode ter perdido 133 doses da Coronavac. Rio Bananal iniciaria nesta quinta-feira (18) a aplicação da segunda dose do imunizante nos profissionais de saúde.
Além da vacina, foram comprometidos exames do teste do pezinho, 53 kits de testes de Covid-19 e medicamentos de alto custo que estavam armazenados no prédio.
Segundo a Secretaria de Saúde de Rio Bananal, o governo do Estado fará a reposição das doses perdidas a partir desta sexta-feira (19).
Segundo a Secretaria de Saúde de Rio Bananal, os funcionários do prédio onde são armazenadas as vacinas chegaram na manhã desta quinta-feira (18) e se depararam com o edifício sem energia. O local não funciona aos finais de semana e o município ficou em ponto facultativo de segunda-feira (15) até quarta-feira (17).
Ao perceberem a falta de energia no prédio, os funcionários foram checar a temperatura das câmaras frias, responsáveis por armazenar as vacinas contra a Covid-19 e demais medicamentos. A constatação foi a de que os refrigeradores estavam a 23°C, temperatura acima do ideal para o armazenamento e conservação dos itens.
Segundo informações da prefeitura, as baterias dos refrigeradores da unidade seriam suficientes para armazenar as vacinas por 48 horas em caso de interrupção da energia. As câmaras frias, no entanto, estavam com a temperatura dos refrigeradores em 23 °C na manhã desta quinta-feira (18). A unidade não possui geradores.
Um ar-condicionado do hospital da cidade é ligado à mesma rede de energia da unidade onde as vacinas estavam armazenadas e, na última terça, o aparelho havia parado de funcionar. Inicialmente, os funcionários acharam que o aparelho tinha apresentado algum problema, mas a possibilidade levantada pela prefeitura é a de que o aparelho tenha parado de funcionar por falta de energia, o que pode indicar com mais precisão quando a energia na unidade foi interrompida.
Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirma que a coordenação do Programa Estadual de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis informa que os municípios são orientados a proceder a separação das doses e as manter em temperaturas adequadas (entre +2 a +8ºC).
Em caso de ocorrências como a de Rio Bananal, o município deve preencher um formulário sobre o episódio que será remetido ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) para avaliação. "Os parâmetros de estabilidade da vacina serão avaliados pelo INCQS sobre o uso ou não dos imunobiológicos. Enquanto estão sob análise do INCQS, a Sesa possui reserva técnica para suprir o município", diz a nota.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória 92,5 FM, Luiz Carlos Reblin, subsecretário de Vigilância em Saúde, afirmou que será aberta uma investigação administrativa no âmbito da Sesa.
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