As máscaras de proteção ainda estão entre as principais medidas de contenção do coronavírus (Covid-19). Porém, no momento em que o utensílio finalmente passou a entrar na rotina da sociedade, muita gente já está abandonando o uso quando precisa sair de casa. Para entender a importância das máscaras e por quanto tempo ainda teremos que usá-las, A Gazeta conversou com especialistas no assunto.
O infectologista Lauro Pinto lembrou que ainda enfrentamos um momento crítico da pandemia. No Espírito Santo, por exemplo, enquanto a região metropolitana apresenta uma estabilidade na curva de contágio, nos municípios do interior os casos estão aumentando. Para diminuir os números de doentes e mortos em todas as regiões, o médico afirma que só será possível se frearmos o foco transmissor, que está diretamente relacionado ao ser humano.
"Por que ainda precisa usar a máscara e ter cuidados, como distanciamento social e higiene das mãos? Porque o foco está nas pessoas. Muita gente se preocupa tanto em limpar as coisas, mas esquece que quem transmite é a pessoa, principalmente as assintomáticas ou que tem pouco sintomas - que acham que estão com uma crise alérgica ou apenas uma dor no corpo, mas podem estar com o vírus. Se você fica perto dessa pessoa, você pode ser infectado só por ela falar e liberar gotículas", afirma.
Sabendo a importância das máscaras nesse contexto, ele afirma que só será possível dispensar o uso do utensílio quando número de casos tiver "despencado".
Para a epidemiologista Ethel Maciel, a população terá que se preocupar com o uso correto das máscaras até a chegada de uma vacina. Ela também falou sobre a aceleração de casos em municípios do interior e lembrou que muitas pessoas ainda irão se infectar, aumentando o número de doentes e mortos.
"Essa hora (de deixar de usar as máscaras) vai chegar, mas ainda não chegou. Esse ainda é um momento de muita cautela. Vamos aguardar os resultados dos próximos inquéritos sorológicos para avaliar o porcentual de pessoas infectadas. Enquanto isso, temos que manter o distanciamento, evitar lugares sem circulação de ar e continuar usando as máscaras de forma correta", afirmou.
O médico infectologista Paulo Peçanha, que concorda com a epidemiologista, completou que só será possível deixar de usar as máscaras quando o novo coronavírus parar de circular ou quando todas as pessoas estiverem protegidas - seja por um vacina ou pelo contato natural com a infecção ao longo do tempo.
"A segurança para deixarmos de usar mascaras só vai existir quando as pessoas estiverem protegidas para a infecção respiratória. Isso só vai acontecer quando houver uma vacina ou quando cerca de 80% das pessoas já tiverem com imunidade adquirida naturalmente. Enquanto o vírus estiver circulando, as máscaras serão indispensáveis", disse. Para ele, a remoção do utensilio em nossa rotina só será possível em 2021.
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